A Cunegundes de “Êta Mundo Melhor”
Em 2016 Elizabeth
Savalla presenteou o público com uma de suas atuações mais divertidas: a
impagável Cunegundes, a matriarca impulsiva e hilária de Êta Mundo Bom!.
E
para a alegria dos fãs, a
personagem esta de volta em Êta Mundo
Melhor!, continuação da trama do Walcyr Carrasco. — A personagem
que virou meme, caiu no gosto popular e garantiu momentos de puro humor na
faixa das seis, deu a Savalla esse novo
status em sua carreira, com uma personagem cheia de
energia, celebrando reencontros com veteranos, novas parcerias em cena e o
prazer de fazer comédia, algo que ela domina com maestria.
Esse
retorno reafirma não apenas sua importância histórica na teledramaturgia, mas
também seu brilho contínuo. Aos 71 anos, Elizabeth Savalla segue firme,
amada e absolutamente indispensável na TV brasileira no auge dos seus 51 de
carreira.
Poucas
atrizes têm uma carreira tão sólida, versátil e querida pelo público quanto Elizabeth
Savalla. Com mais de cinco décadas dedicadas à arte, ela marcou gerações
com personagens fortes, cômicas, humanas e sempre muito brasileiras. Seu
talento atravessou o teatro, o cinema e principalmente a televisão, onde
construiu alguns dos papéis mais lembrados da dramaturgia nacional.
Formada
pela Escola de Arte Dramática da USP, Savalla chamou a atenção logo
cedo. Na TV, estreou em 1974, mas foi em 1975, como a doce e intensa Malvina,
da primeira versão de Gabriela,
que conquistou o país e recebeu seus primeiros prêmios. A partir daí, construiu
uma carreira marcada por grandes colaborações a teledramaturgia — como as mocinhas inesquecíveis Lili de O Astro (1978),
a Carina de Pai Herói (1979) ou
a Marcela de Plumas e Paetês (1980); as
mulheres fortes, decididas e
complexas como a Bruna de Pão
Pão Beijo Beijo (1983), a Renata de
Hipertensão (1986), a Maria Zanata de Meu Marido (1991)
ou a Maria Luisa de Quem é Você (1996) e, claro
não posso deixar de citar as hilárias que marcaram mais esses últimos anos a carreira da atriz - a
Auxiliadora de Quatro por Quatro (1994), a Jezebel de Chocolate com Pimenta
(2003), a Rebeca de Sete Pecados (2007),
a Minerva de Morde eAssopra (2011) e a Márcia de Amor
à Vida (2013), as quatro últimas escritas pelo Walcyr Carrasco, autor com quem a
atriz trabalhou mais nos anos 2000 em diante.
Em
2013, o e10blog já havia
homenageado a atriz nesse post,
porem ficaram muitas personagens de fora e
de lá para cá a Savalla já
nos presenteou com tantas outras inesquecíveis que nada melhor que fechar o ano com esse ícone da nossa
teledramaturgia , que merece, sempre,
todas as homenagens.
Com
vocês a deusa Elizabeth Savalla . . .
Mariazinha de De Quina Pra Lua (1985)
Em De Quina Pra Lua novela
exibida pela Globo em 1985, escrita por Walter Negrão e Alcides Nogueira, Elizabeth Savalla interpretou
Mariazinha, uma personagem marcante pelo temperamento forte, pela energia
contagiante e pelo humor característico que sempre marcou os trabalhos da
atriz. Ao ser despejada de onde
morava, conhece o Professor Cagliosto (Agildo
Ribeiro) na casa de quem passa a morar. Apaixona-se por ele, mas o professor
fica balançado entre a manicure e Angelina, a protagonista vivida pela saudosa EvaWilma.
Renata de Hipertensão (1986)
Na novela Hipertensão,
da Ivani Ribeiro, atualmente em reprise pela Globoplay Novelas, Elizabeth Savalla dá vida a Renata,
uma artista de espírito inquieto que integra uma trupe de teatro mambembe que
chega à pacata Rio Belo. No início da trama, ela carrega um certo desencanto
com a vida, tentando reencontrar seu propósito enquanto vive à sombra de um
amor silencioso por Sandro Galhardo (Cláudio Cavalcanti), parceiro de companhia
que nunca percebe seus sentimentos.
A
virada acontece quando Renata aceita trabalhar como governanta na casa do viúvo
Marcos Mendonça (Carlos Eduardo Dolabella), pai de seis filhos. Aos poucos, ela
se envolve com a rotina daquela família e acaba despertando o interesse do
patrão.
Agnes de Alma Gêmea (2005)
Em Alma Gêmea,
Elizabeth Savalla interpretou mais
um personagem do Walcyr Carrasco, autor com quem a atriz mais trabalhou
nos anos 2000. Diferente da maioria dos
personagens que ele escreveu pra ela,
Agnes tinha uma carga muito dramática, passando longe das comédias pastelão
que seus outros personagens protagonizaram nessas últimas décadas.
Agnes é uma personagem importante da trama. Uma mulher rica,
elegante e marcada por muito sofrimento, especialmente pela perda da sua única
filha, Luna (Liliana Castro). Essa dor profunda molda boa parte do que ela faz
ao longo da novela.
No
início da história, Agnes não aceita a ideia de que sua filha Luna pode ter
reencarnado em outra pessoa, e ela chega a ser dura e desconfiada com Serena (a
protagonista, vivida por Priscila Fantin) — que, na verdade, é a
reencarnação de Luna. Ela chega até a humilhar Serena e acusá-la de
manipulação, porque não consegue acreditar que a filha voltou em outra vida.
A
própria Elizabeth Savalla comentou que a personagem foi um dos papéis
mais desafiadores da sua carreira, especialmente em cenas que exigiam expressar
a dor de perder uma filha — algo que mexeu profundamente com ela.
Maria do Socorro de Caras e Bocas (2009)
Maria do Socorro é outro presente do Walcyr Carrasco
para Elizabeth, também sem doses de humor, a personagem era pura emoção , uma mãezona para os filhos e os que a cercavam. Elizabeth Savalla foi bastante elogiada
por dar vida a uma mulher simples, real e cheia de vida, abrindo mão de
estereótipos e incorporando as características da Socorro de forma natural e
cativante.
Minerva de Morde
e Assopra (2011)
A Minerva é outra personagem marcante e cheia de
personalidade vivida pela Elizabeth em tramas do Walcyr Carrasco. Ela é a primeira-dama
da fictícia cidade de Preciosa, casada com o prefeito Isaías (Ary Fontoura). No
entanto, em muitas situações, quem realmente “manda” na relação e na política
local é ela — o marido vive tentando agradá-la e, muitas vezes, cede aos seus
caprichos.
Minerva funciona como uma figura de destaque no núcleo
político e social da novela. Sua influência nas decisões do prefeito e sua
ambição em valorizar Preciosa — e ao mesmo tempo reforçar seu status — a
colocam no centro de muitas cenas de humor, conflito e estratégia política.
Os embates do casal Minerva e Isaías eram explosivos e cômicos ao mesmo tempo. Gritos,
ameaças de separação e reconciliações repentinas viram marca registrada dos
dois. O duele cênico entre Savalla e
Fontoura enriqueceu muito a história.
Márcia de Amor a Vida
(2013)
Márcia é uma das personagens mais carismáticas e
bem-humoradas de Amor à Vida (2013), vivida com grande destaque por Elizabeth
Savalla. A atriz imprimiu à
personagem do Walcyr Carrasco seu talento consagrado para a comédia,
tornando Márcia uma figura muito querida pelo público.
Márcia
é uma mulher simples, espontânea e extremamente falante, conhecida pelo jeito
espalhafatoso, pelas roupas chamativas e pelo bom humor constante.
Elizabeth Savalla nos
presenteou com a personagem mais crível da trama. A Atriz foi capaz de tirar
leite de pedra do texto didático do Walcyr Carrasco
e reinou absoluta dentro da novela. A personagem era tão mágica, que qualquer
outro personagem que chegasse perto dela crescia em cena. No capítulo
final a atriz ainda deu um show vestida de chacrete. Deixou
muita saudade a Tetê para-choque.
Tina de Alto Astral (2014)
Em Alto Astral, do Daniel
Ortiz, Elizabeth Savalla foi Tina, mãe de criação dos quatro filhos de Manoel Pereira (Leopoldo Pacheco). Contudo,
esconde de todos uma vida dupla: tem outra família, em São Paulo, onde vive
como a poderosa Cristina Romantini. Quando toda a verdade vem à tona, Manoel se
separa dela. Mas o amor dos dois fala mais alto.
Cunegundes de Êta Mundo Bom! (2016) e Êta Mundo Melhor! (2025)
Interpretada com maestria por Elizabeth Savalla, Cunegundes
foi uma das personagens mais icônicas de Êta Mundo Bom!.
A atriz soube transformar a maior
crítica à sua personagem, o tom muito acima, no maior charme da Boca de Fogo,
digo Cunegundes!
Dona
de um temperamento forte, língua afiada e muitas ambições, ela ficou conhecida
pelo apelido “Boca de Fogo”, sempre pronta para reclamar da vida dura no
sítio e sonhar com dias de fartura.
Na
continuação da trama, ficou impossível imaginar
sem ela.
Cunegundes voltou fiel à sua
essência: autoritária, engraçada e cheia de artimanhas. Sua presença garante
novas confusões, situações cômicas e aquele humor popular que o público tanto
ama.
Com
Elizabeth Savalla brilhando mais uma vez, Cunegundes prova que é
daquelas personagens que nunca saem de moda — e sempre deixam saudade.
Mirtes Aranha de O Sétimo Guardião (2018)
Em O Sétimo Guardião,
do Aguinaldo Silva, Elizabeth Savalla
entregou mais uma personagem memorável ao dar vida à Beata Mirtes, uma mulher
movida por uma religiosidade extrema e por convicções rígidas que impactaram
diretamente os rumos da trama. Conhecida
por seu discurso moralista e comportamento intolerante, Mirtes se colocava como
guardiã dos “bons costumes” de Serro Azul, usando a fé como instrumento de
julgamento e controle. A personagem chamava atenção justamente por representar
o lado mais radical do fanatismo religioso, criando conflitos intensos e cenas
marcantes ao longo da novela.
Elizabeth Savalla , mesmo sendo a beata
falsa e moralista, que ditava regras, mas que na verdade era um poço
de maldade, um tipo de personagem típico das tramas realistas fantásticas do
autor, não era a grande vilã da trama – esse posto era da Valentina, a
personagem da Lília Cabral. Porém Valentina não
passou de um show cênico de frases feitas, e Aguinaldo Silva passou
o bastão para a Mirtes, que brilhou em grandes cenas de pura maldade dentro da
novela.
Com sua interpretação firme e cheia de nuances, Elizabeth
Savalla conseguiu dar profundidade à personagem, evitando caricaturas e
tornando Mirtes uma figura forte, incômoda e impossível de ignorar. Uma atuação
que reforça, mais uma vez, a versatilidade e o talento da atriz na TV
brasileira.
Neda Marino de Quanto Mais Vida Melhor (2021)
Neda Marino foi uma das personagens mais marcantes da novela Quanto Mais Vida, Melhor!, do autor Mauro
Wilson. Dona de um jeito expansivo, direto e cheio de personalidade, Neda
conquistou o público logo nas primeiras aparições.
Mãe
do Neném (Vladimir Brichta), ela trouxe para a trama uma mistura
envolvente de humor afiado, sensibilidade e humanidade. Com seu temperamento
forte e coração generoso, Neda foi responsável por cenas divertidas, diálogos
memoráveis e também momentos de grande emoção, mostrando a versatilidade de Elizabeth Savalla em papéis que transitam entre a comédia e o drama.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa





















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