A Muralha (2000), Os Maias (2001), O Quinto do
Infernos (2002), A Casa das Sete Mulheres (2003),
Um Só Coração (2004),
Mad Maria (2005), JK (2006),
Amazônia (2007),
Queridos Amigos (2008)
e Maysa – Quando Fala o Coração (2009).
Me deu uma saudade dos meses de janeiro dos anos 2000,
lembrei aqui que o início do ano sempre reservava uma grande expectativa quanto
a minissérie brasileira que seriamos presenteado logo nas primeiras semanas de janeiro. Eram
minisséries com um média de 40 à 50 capítulos que iam até meados de abril , quando a Globo iniciava
oficialmente a nova programa do ano.
Agora em janeiro de 2021
várias delas fizeram aniversário de estreia, separei aqui
10 títulos que marcaram a década pra gente relembrar:
A
Muralha (2000)
Da autora MariaAdelaide Amaral
Estreou dia 04 de
Janeiro de 2000 teve 51 capítulos
Quarta adaptação do romance histórico ufanista escrito por Dinah
Silveira de Queiroz, lançado em 1954, em comemoração aos 400 anos da cidade de São Paulo. Sua trama
celebra a coragem e a valentia de
bandeirantes que desbravaram as fronteiras do país.
A Produção dessa versão da Globo, escrita pela MariaAdelaide Amaral e seus colaboradores, tornou-se um grande momento da
televisão brasileira, onde quase tudo chegou à perfeição. Uma superprodução
levada ao ar em um ano em que se tinha muito para comemorar – 35 anos de
aniversário da Globo, 50 anos da tv no país e 500 anos de Descobrimento
do Brasil.
No elenco destaque para Tarcísio Meira na pele do
execrável Dom Jerônimo Taveira; Mauro Mendonça como Dom Bráz Olinto, o
protagonista e mesmo personagem que ele viveu na versão de A Muralha produzida
pela Tv Excelsior em 1967.
Além de Tarcísio Meira e Mauro Mendonça, outros
destaques do elenco foram Letícia Sabatella, com a sofrida Dona Ana,
algoz do vilão Dom Jerônimo; Mateus Nachtergaele, que viveu o jovem
padre que sofre ao por em dúvidas sua
vocação cristã perante os horrores da nova terra; e Alessandra Negrini,
irrepreensível em sua personagem, a rústica Isabel.
Os
Maias (2001)
Da Autora MariaAdelaide Amaral
Estreia: 09 de Janeiro
de 2001 com 42 capítulos
Ana Paula Arósio, Fábio Assumpção, Leonardo Vieira e
Simone Spoladore (estreando na tv) foram os protagonistas do biscoito fino apresentado em forma de minissérie - Os Maias,
baseado no romance homônimo do Eça de Queiroz.
Ao contrário do esperado, Os Maias curiosamente é a minissérie que teve menor audiência
da década, e essa baixa audiência foi creditada ao ritmo lento empregado pelo
diretor Luiz Fernando Carvalho à produção, além da mudança de horário,
que alternava em cada dia da semana. Às quartas-feiras, dia dos jogos na Globo, a minissérie chegava ir ao ar a meia noite.
Por outro lado , Luiz Fernando Carvalho, mais uma vez
abusou da arte cênica para incrementar a produção, fotografia, cenários,
figurinos e direção de arte impecáveis.
No elenco destaque para o saudoso Walmor Chagas,
perfeito como o aristocrata Dom Afonso da Maia; Mateus Nachtergaele ,
como o dúbio Teodorico Raposo e Fábio Assunção , seguro em seu
personagem, Carlos da Maia. Raul Cortez teve uma participação especial,
narrando a história em off, como se fosse o próprio autor.
Além do romance original de Eça de Queiroz que dá nome
à minissérie, a adaptadora Maria
Adelaide Amaral usou tramas e
personagens de duas outras obras do autor português : A Relíquia ,
com o núcleo de Teodorico Raposo e Titi (Matheus Nachtergaele e Myrian Muniz) e
A Capital
, com o núcleo de Artur Covelo (Rodrigo Penna Santos).
O
Quinto dos Infernos (2002)
Do Autor Carlos Lombardi
Estreia: 08 de Janeiro
de 2002 com 48 capítulos
Livremente baseada nas obras “O
Chalaça”, de José Roberto Torero, “A Imperatriz no Fim do Mundo”, de Ivani Ribeiro, e “As Maluquices do Imperador”, de Paulo
Setúbal.
Definida como um telepornochanchada de licenças históricas e
uma obra intensa e divertida, a minissérie jamais se apresentou como uma fiel
reconstituição de época histórica. O Quinto dos Infernos primou pela verdade dos fatos, mas pelo olhar que
lançou sobre o passado – um olhar muito, muito libertino.
Como nas novelas do Lombardi, não faltaram descamisados e
mulheres seminuas, e por ser apresentada em uma horário mais flexível, alguns atores como Marcos Pasquim, HumbertoMartins e Danielle Winits,
mostraram bem mais do que costumavam mostrar nas novelas das sete do autor.
A Casa
das Sete Mulheres (2003)
Dos autores WaltherNegrão e Maria Adelaide Amaral
Estreia: 08 de Janeiro
de 2003 com 52 capítulos
Superprodução de grande sucesso. Irretocável reconstituição
de época , direção segura de Jayme Monjardim e um elenco bem escalado, e as belas fotografias das paisagens dos
pampas e canyons do sul do Brasil.
Destaque para a atuação de Nívea Maria, marcante
como a amarga Maria, uma das sete mulheres do
título. A Minissérie marcou a estreia do
ator Gaúcho Werner Schunemann, que incorporou com segurança o herói Bento Gonçalves.
A Grande revelação de A Casa das
Sete Mulheres, foi a jovem estreante Camila Morgado, que
emocionou o público e a crítica com a interpretação sensível e irrepreensível
da Manuela.
Um SóCoração (2004)
Dos Autores AlcidesNogueira e Maria Adelaide Amaral
Estreia : 06 de Janeiro
de 2004 com 54 capítulos
“Globo e São Paulo: Um Só Coração”. Esse foi o
slogan de lançamento da minissérie que comemorou os 450 anos de São Paulo e foi considerada pela
emissora a sua maior contribuição para a
festividade.
Um Só Coração contou a história da cidade da década de 1920 até o
ano de 1954, na festa de IV centenário de São Paulo, por se tratar de um
período de transformações, em que a cidade passou de potência rural à grande
metrópole.
A Semana de Arte Moderna, a revolução de 1924, a crise de
1929, a Revolução de 1932, a adaptação às diretrizes da era Vargas, os ecos do Nazismo e do fascismo,
os refugiados da segunda Guerra Mundial,
a influência americana, a inauguração da Tv no Brasil foram os momentos
históricos abordados na minissérie.
Ana Paula Arósio foi a grande estrela da minissérie
vivendo a chiquérrima Yolanda Penteado, personagem real, e escritora do romance o qual os autores
basearam a minissérie – “Tudo em Cor de Rosa”.
Até o penúltimo
capítulo, personagens reais foram vividos por atores. No último capítulo,
atores famosos que participaram da história nos anos 1950 viveram eles mesmos
na minissérie.
Assim, Yolanda
Penteado foi apresentada a Fernanda Montenegro e sua filha FernandaTorres. Na mesma ocasião estavam Cleyde Yáconis e o casal EvaWilma e John Herbert.
A atriz Vida Alves apareceu no momento em
que se transmitia o famoso capítulo do primeiro beijo na TV, na novela Sua Vida Me Pertence (exibida entre 1951
e 1952), da qual participou de fato. E Tônia Carrero e Paulo Autran
atuaram comentando uma nova dupla de jovens atores que surgia: Tônia Carrero
e Paulo Autran.
A Minissérie foi o
grande sucesso do ano e teve seu final prorrogado para uma segunda-feira para
segurar a audiência.
Mad Maria (2005)
Do Autor Benedito Ruy Barbosa
Estreia: 25 de Janeiro de 2005 com 35
capítulos
O título da minissérie, que é baseada no livro homônimo do amazonense Márcio
de Souza, vem de “mad” (louca em inglês) que sintetiza o sonho
ufanista de construção da ferrovia Madeira-Mamoré, e de Maria, nome dado às
marias-fumaça, antigas locomotivas movidas a carvão.
A minissérie trazia de volta , juntos em
uma minissérie, Ana Paula Arósio
e Fábio Assumpção, na verdade o grande chamariz da trama, mas nem isso
foi capaz de segurar a audiência e as boas críticas que as minisséries
anteriores receberam. O elenco teve outros nomes de peso como Cláudia Raia,
Antônio Fagundes, Tony Ramos e Priscila Fantin, que vinha do sucesso
de Esperança (2002).
JK (2006)
Dos autores Maria Adelaide Amaral e Alcides
Nogueira
Estreia: 3 de
Janeiro de 2006 com 47 capítulos
Minissérie dividida em 3 fases que
contou a trajetória de vida e política de Juscelino Kubitschek, desde a
infância, sua chegada a Presidência do
Brasil e o acidente que lhe levou a
morte.
Wagner Moura e o saudoso JoséWilker se dividiram vivendo o protagonista, e ambos foram impecáveis
encantando com a incorporação e o trabalho perito dos atores. Assim como DéboraFalabella e Marília Pera, que também estiveram perfeitas vivendo
Dona Sarah.
A Abertura da trama foi produzida em homenagem a Oscar Niemeyer. A
animação foi desenvolvida por meio de traços do arquiteto, que foi o
responsável pelos projetos da capital brasileira durante o governo JK. O Tema de abertura escolhido - “Peixe Vivo”,
clássico mineiro, interpretado por MiltonNascimento , foi gravado especialmente para a
minissérie.
JK foi o último trabalho
da atriz Ariclê Perez. Ela, que deu vida
a Dona Júlia, mãe de Juscelino, faleceu em 26.03.2006, dois dias depois
do término da minissérie.
Amazônia (2007)
Da autora GlóriaPerez
Estreia: 2 de
Janeiro de 2007 como 54 capítulos
Amazônia foi a grande
produção de 2007. Escrita por Glória Perez, baseada nos romances “Terra Caída”, de Jose Potyguara da Frota e Silva e “O Seringal”, de Miguel Ferrante.
A trama começa em 1899 e abordou três
fases da conquista do estado Acre em épocas distintas, abarracando cem anos de
história da região e passando por heróis como espanhol Luiz Galvez, o militar Plácido de Castro e o líder
e seringueiro Chico Mendes.
A minissérie apresentou um elenco ímpar
em suas três fases que iam desde Vera Fischer, Christine Torloni e José
Wilker na primeira fase; Alexandre Borges, Humberto Martins e JúliaLemmertz em sua segunda fase e Cássio Gabus Mendes, Lima Duarte e Cristiana Oliveira na terceira.
Queridos Amigos (2008)
Da autora MariaAdelaide Amaral
Estreia: 18 de
Fevereiro de 2008 com 25 capítulos
Queridos Amigos, a minissérie baseada no livro da
autora Aos
Meus Amigos , retratava
o reencontro de 12 amigos em São Paulo, no ano de 1989, fazendo um balanço das
utopias da juventude brasileira dos anos 70. A História é protagonizada por Dan Stulbach, e foi o próprio ator
que sugeriu a adaptação do livro à Maria Adelaide Amaral.
Queridos Amigos foi a primeira minissérie da Globo a estrear numa segunda-feira. Para criar mais veracidade os atores
fizeram uma espécie de “Big Brother” antes do início das
gravações. Ficaram um mês juntos em uma casa para estreitar os laços de amizade
que a minissérie queria reproduzir.
A Abertura ao som de “Nada Será como Antes” na voz do Milton
Nascimento, trazia uma rapaz
correndo com uma bandeira do Brasil sobre os ombros. No fundo da imagem eram
mostrados trabalhos do artista plástico Elifas Adreato.
Maysa – Quando Fala o Coração (2009)
Do autor ManoelCarlos
Estreia: 5 de
Janeiro de 2009 com 9 capítulos
Um dos últimos clássicos em forma de
minissérie apresentados pela Globo na década de 2000. A Emissora já
acenava com produções em menos
capítulos, como vimos a partir de 2010
em diante. Maysa - Quando Fala o Coração teve apenas 9.
A atração retratou a vida e obra da
cantora e compositora Maysa Figueira Monjardim (mãe do diretor geral da
minissérie, Jayme Monjardim). Vida essa que foi interrompida por um
trágico acidente automobilístico na Ponte Rio-Niterói, em 1977, quando ela
tinha 40 anos de idade.
Larissa Maciel venceu mais de 200 candidatas e ficou com o
papel de Maysa, estreando com pé direito na tv. A Semelhança da atriz
com Maysa, depois da caracterização e primeiras cenas no ar, era impressionante. Isso somado ao talento da Larissa, com
certeza contribuiu em 50% para o sucesso
absoluto da minissérie.
Netos de Maysa, André e Jayme
Matarazzo interpretaram o pai, o diretor Jayme Monjardim, em duas
fases da história.
A minissérie Maysa foi o grande bum na carreira de MateusSolano, que deu vida à Ronaldo Bôscoli, um dos amores da cantora.
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Fonte:
Texto: Evaldiano
de Sousa
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