Ela é simplesmente Angela Ro Ro – A trigésima voz
brasileira mais importante da música popular , segundo a revista Rolling Stone. Cantora, compositora e pianista, ela é nossa
homenageada do blog deste mês.
O Apelido Ro Ro vem da risada grave e rouca da cantora, sua marca registrada, o que também diferencia seu
timbre de voz – um sotaque carioca, caracterizado pela acentuação da vogal “a”
muitas vezes escavalada na consoante “r”, de maneira rasgada e aberta.
Digamos que a Angela seja inimiga de acentos. Embora muitas vezes ela
seja citada em entrevistas e reportagens como “Ângela Rô Rô” com acentos no “Ângela” e nos “Rô Rô´s”, a
nomenclatura contradiz com o modo que Angela escreveu seu nome em arte publicitária
e álbuns por toda sua carreira, sem os acentos.
Compositora do mais alto gabarito, foi
gravada por vários artistas como Maria Bethânia, Marina Lima, NeyMatogrosso, Simone, Zélia Duncan entre outros. Angela começou tocar piano clássico aos cinco
anos influenciada por ícones como ElisRegina, Maysa, Jacques Brel entre outros.
No mesmo tempo em que se transformava em
uma das maiores cantores do Brasil no início da década de 70, apesar de que durante o regime militar teve que se asilar fora do Brasil,
voltou na final da década de 70, quando lançou seu primeiro disco homônimo só com composições próprias. Na década de 80 veio o primeiro grande
fenômeno lançado pela cantora e uma das suas
primeiras grandes polêmicas – o álbum “Escandalo!” que vinha com uma capa como se fosse um jornal e o
título em manchete, era uma alusão ao
fato de Angela, pouco meses antes do lançamento, ter sido acusada de agressão
pela então companheira, a também cantora Zizi Possi.
Mas os escândalos em sua vida pessoal
pipocavam tanto quando seu talento e prestigio no meio, porém sua irreverencia,
somada a boemia, de fato a tornaram uma
“artista maldita” acompanhada de canções
de blues e jazz marcadas pelas emoções confusas, o que não deixa de ser
também sua marca registrada.
Talento nato, que foi lapidado pelo
tempo e pelo que o tempo fez a sua interprete,
a artista representa uma vertente da MPB de cantoras ousadas que fazem
do personalismo uma tônica do seu trabalho nesses mais de 40 anos de carreira.
Durante a quarentena, entre
março e junho de 2020, depois de shows e apresentações cancelados, por causa da
Pandemia da Covid-19, Angela Ro Ro pediu ajuda via redes
sociais. A artista declarou que não tinha como se sustentar, que suas
live´s, que viraram a fonte de
dinheiro de artistas neste momento, não eram compradas e / ou patrocinadas. A
Cantora chegou a divulgar sua conta corrente no post e pedir pelo menos R$
10,00 de ajuda. Muito triste ver uma
artista do seu nível ter que fazer esse tipo de pedido para sobreviver. Mas
enfim, deu tudo certo e Angela está ai firme e forte, e o e10blog homenageia essa artista ímpar através de seus clássicos da
música que embalaram e se imortalizaram nas novelas.
“Amor, Meu Grande Amor” (Água Viva/1980 e Caminho das Índias/2009)
A estreia de Angela Ro Ro nas trilhas foi
em 1980 com um dos seus maiores sucessos
“Amor, Meu Grande Amor” na
trilha da novela Água Viva, do autor GilbertoBraga. A música foi o tema da personagem Sandra, vivida pela Glória Pires. Em 2009, a música voltou
a figurar numa trilha, desta vez em Caminho das Índias, da Glória Perez, tema da
Chiara, a personagem vivida pela VeraFischer.
“Só nos Resta Viver” – (Coração Alado/1980)
“Só
nos Resta Viver” a faixa que intitulou o segundo álbum de estúdio da
cantora, em 1980 integrou a trilha nacional de Coração Alado, novela da autora Janete Clair, como tema da personagem
Glorinha, vivida pela Maria ZildaBethlem.
“Mistério” – (Brilhante/1981)
“Mistério”
foi a última faixa do álbum “Escândalo!”,
um dos melhores e mais famosos discos da cantora. A faixa integrou a trilha
nacional de Brilhante,
do autor Gilberto Braga.
“Escândalo!” (Elas por Elas/1982)
A faixa “Escandalo!” título do álbum lançado pela cantora um ano antes,
entrou na trilha de Elas por Elas, novela das sete, do autor Cassiano Gabus Mendes, produzida em
1982.
“Simples Carinho” – (Final Feliz/1982 e Império/2014)
“Simples Carinho”, faixa titular do quarto
álbum da Angela, foi o tema da Débora, protagonista de Final Feliz, vivida pela Natalia do Valle na trama da Ivani Ribeiro. Em 2014, “Simples Carinho” voltou na trilha de Império,
do Aguinaldo Silva, como tema da
Maria Marta, uma das protagonistas vivida pela Lília Cabral.
“Demais” – (Louco Amor/1983)
Para Louco Amor, do Gilberto Braga, Angela Ro Ro regravou o clássico da cantora Maysa – “Demais” – Composição do Tom
Jobim e Aloysio de Oliveira. Tal
qual a gravação original, a música
voltou as paradas de sucesso na voz da Angela.
“Ne Me Quitte Pas” – (Pátria Minha/1994)
O Gilberto
Braga é um apaixonado mesmo por Angela
Ro Ro, em PátriaMinha, novela do autor no ar em 1994, no horário trazia outra música gravada pela
cantora em sua trilha. Desta vez Angela cantando em francês a clássica “Ne Me Quittes Pas”, do Jacques Brel, que a cantora gravou no
disco “Ao Vivo – Nosso Amor ao Armagedon”
de 1993.
“Viciei em Você” – (Desejos de Mulher/2002)
Em 2000, Angela Ro Ro voltou a mercado fonográfico com um novo álbum
intitulado de “Acertei no Milênio”.
Foi desse álbum que saiu “Viciei em Você”
que entrou para trilha de Desejos de Mulher, do autor Euclydes Marinho. A música serviu para embalar as vinhetas de “Estamos Apresentado” e “Voltamos a Apresentar” da novela.
“Chance de Amar” – (Pé na Jaca/2006)
“Chance
de Amar” faixa do décimo álbum de estúdio da Angela, lançado em 2006,
entrou na trilha nacional de Pé na Jaca, do autor Carlos Lombardi. O Álbum intitulado de “Compasso” com 13 faixas
compostas por Angela Ro Ro foi muito
elogiado pela crítica.
“Fogueira” – (A Lei do Amor/2016)
“Fogueira”
é uma das mais românticas
composições da Angela Ro Ro. A música foi dada à Maria Bethânia para gravar em 1983, que a cantora gravou no álbum “Ciclo”, inclusive na voz da Bethânia abria a trilha nacional de
Transas e
Caretas (1983), do Lauro César Muniz.
Em 1984, Angela gravou a música para o
seu álbum “A Vida é Mesmo Assim”, lançado
naquele ano. Em 2016, a gravação entrou como faixa da trilha volume 2 da novela
A Lei do Amor,
da autora Maria Adelaide Amaral.
Veja Também:
No Tema e Na Trilha da Maria Bethânia |
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No Tema e Na Trilha do Ultraje a Rigor |
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Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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