A Crítica não perdoou
quando o Marcos Palmeira foi contratado para viver mais uma vez um personagem do Benedito Ruy Barbosa, em um remake
praticamente seguido do outro - O José
Leôncio de Pantanal (2022) e o José Inocêncio de Renascer (2024).
São praticamente dois personagens
iguais, de um mesmo viés e sem um ator
perito, que pudesse seguir nesse linha tênue entre um em outro, o
resultado poderia ser catastrófico. Mas
o Marcos Palmeira provou
que era esse ator – Voltou em ambas as tramas
que havia feito as primeiras versões e,
cravou de vez sua interpretação e seu trabalho, mostrando sutis diferenças, e foi sem dúvidas 2 grandes
momentos da sua carreira.
Marcos
Palmeira já teve um
post na seção Meus Personagens Favoritos em 2014 ( que você tem que rever AQUI), quando entrava em outro remake - O Rebu, do George Moura e Sérgio Goldenberg,
mas depois de Pantanal e Renascer , o ator mais que merece esse numero 2, para reverenciar ainda mais sua brilhante carreira.
Ator
e empresário rural é oriundo de uma família de artistas, iniciou a carreira na
infância, consolidando-se profissionalmente a partir da década de 1980 no
cinema e na televisão.
A
partir da década de 1990, começa a se destacar na televisão devido ao sucesso
como o Tadeu na primeira versão de Pantanal (1990), conquistando personagens de grande destaque
como João Pedro da primeira versão de Renascer (1993),
João Coragem em Irmãos Coragem (1995), Chico Mota em Andando
nas Nuvens (1997), Guma de Porto dos Milagres (2001),
Aderbal Pimenta de Babilônia (2015), o Amadeu de A Dona do Pedaço (2019) entre outros.
No
cinema, destacou-se em 1988 no papel de Alpino em Dedé Mamata, recebendo o Kikito
de Outro de 'Melhor Ator Coadjuvante' pelo Festival de Gramado,
recebendo o prêmio novamente após dois anos pela sua atuação em Barrela: Escola de Crimes, desta vez pela
categoria de 'Melhor Ator'. Além disso, no longa Anahy de las Misiones,
no qual deu vida a um dos filhos da personagem principal, foi eleito 'Melhor
Ator' pelo Festival de Brasília. Posteriormente, interpretou o
personagem principal em Villa-Lobos
- Uma Vida de Paixão.
Quando o assunto é sustentabilidade, Marcos defende
alimentação aliada à preservação dos ecossistemas naturais, através da fazenda
Vale das Palmeiras, onde cultiva hortaliças e produz laticínios orgânicos. Em
2010, recebeu o Prêmio Faz Diferença do Jornal O Globo e, em 2008, o
Prêmio Trip Transformadores, na categoria Alimentação – Gestão
e Inteligência, pela atuação da sua fazenda. É um dos primeiros atores a
levantar essas bandeiras, antes mesmo disso virar moda.
Vamos agora parabenizar seu trabalho impecável no remake de Renascer, através desta singela homenagem
relembrando mais alguns dos seus personagens inesquecíveis vividos por ele
nesses últimos 10 anos.
Aderbal de Babilônia (2015)
Em 2015, Marcos Palmeira viveu o cosmopolita político Aderbal na complexa trama de Babilônia, do saudoso Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga. Com
cenas divertidas envolvendo ele e sua mãe, Consuelo (Arlete Salles), fez-se
crítica aos governos populistas e à intolerância. Escândalos políticos da época
foram abordados, bem como a hipocrisia e ignorância do que se faz em nome da
religião para alcançar poder e dinheiro. Aproveitando o gancho, vários diálogos
soaram como uma resposta dos autores ao público representante da “tradicional
família brasileira” que rejeitou a novela logo no primeiro capítulo por causa
do beijo gay entre as personagens da Fernanda Montenegro e Nathália Timberg.
Ciço de Velho Chico (2016)
Ciço, o personagem do Marcos em Velho
Chico, mas uma obra do Benedito Ruy Barbosa, foi criado na casa dos patrões, ao lado de
Maria Tereza (Camila Pitanga) e Martim (Lee Taylor). Desde adolescente foi
apaixonado por Maria Tereza, que nunca se deu conta disso. Com o passar dos
anos, tornou-se um bruto. Depois da morte do pai, assumiu seu lugar ao lado do
coronel Saruê (Antônio Fagundes), pronto
pra cumprir qualquer ordem. A volta de Maria Tereza, depois de mais de vinte
anos de ausência, mexe com seu coração, e não o deixa ver a paixão de Dalva
(Mariene de Castro).
Marcos Palmeira foi um dos
destaques veteranos da trama, apesar de
ter vivido por opção, esse personagem dito “menor” dentro da história, mesmo assim não passou em
branco.
Toni Pereira de Os Dias Eram Assim (2017)
Em Os Dias Eram Assim, trama das autoras Ângela Chaves e Alessandra
Boggi, Maros Palmeira deu vida ao
Toni, irmãos mais novo de Arnaldo
(Antônio Calloni), com quem mantém uma relação turbulenta pela diferença de
personalidade. Boa praça e divertido, enterrou o sonho de conhecer o mundo para
se dedicar a família. É deixado pela mulher Monique (Letícia Spiller), e acaba
no decorrer da trama se relacionando com Maria (Carla Salle).
Amadeu de A Dona do Pedaço (2019)
Em 2019, Marcos Palmeira foi o
protagonista masculino da trama de A Dona do Pedaço,
do autor Walcyr Carrasco, Amadeu, da família Matheus, de matadores do Espírito
Santo, inimigos dos Ramirez. Dono de uma índole pacífica, não tem interesse
algum em seguir a dinastia da família. No passado, sofreu um atentado no altar,
prestes a se casar com Maria da Paz (Juliana Paes). Depois de meses em
recuperação, casa-se com sua fisioterapeuta e tem um filho com ela. Décadas
depois, o reencontro com Maria, seu grande amor, e a descoberta de que tem uma
filha com ela, Josiane (Agatha Moreira), o faz repensar sua vida. A
Falta de química entre Marcos e Juliana Paes foi apontada com um
dos pontos que afastaram o público de A Dona doPedaço, mas mesmo assim o
casal, separado no decorrer da novela,
ficou junto no final.
Zé Leôncio de Pantanal (2022)
Em 2022, veio o remake de Pantanal,
clássico do Benedito Ruy Barbosa, apresentada pela Rede Manchete
em 1990, reescrita pelo Bruno Luperi. O Marcos foi meio que descoberto
depois da participação na primeira versão da trama, onde ele viveu o peão Tadeu, seu retorno no remake criou grande expectativa - O Ator fez o personagem que foi seu pai na versão original.
Mesmo com toda a nostalgia da versão original, com o saudoso Cláudio Marzo
imortalizando o Zé Leôncio, Marcos Palmeira imprimiu nessa nova versão
uma nova roupagem e o personagem foi um
dos grandes destaques do remake, nos apresentando cenas memoráveis em parceria
com Dira Paes, José Loreto e com Osmar Prado que viveu o Velho do Rio – A cena final do encontro deles no último capítulo é inesquecível – Pura arte e
uma interpretação ímpar desse 2 monstros da nossa teledramaturgia.
José Inocêncio de Renascer (2024)
Marcos
Palmeira e Jackson Antunes são os únicos atores presentes nas
duas versões de Renascer. Palmeira,
que foi o jovem João Pedro em 1993, agora vive José Inocêncio, pai de seu
personagem na primeira versão (vivido pelo Antônio Fagundes).
Apesar da crítica inicial, pelo “repetição” do Marcos mais uma vez em um remake do Benedito,
a escalação dele não poderia ter sido melhor. Era impossível imaginar outro
Inocêncio que não fosse o Fagundes e agora, imaginar outro que não fosse o Marcos Palmeira também ficou impossível. Apesar
de algumas mudanças no roteiro, a
história do personagem continuou quase a mesma e diferente do que ocorreu em
1993, quando o Fagundes tinha apenas 44 anos, Marcos já com 61 anos, já tinha
todos os traços desse personagem, não precisou de nenhum artifício de
envelhecimento. Nesta reta final da
trama, a Globo escalou MaluMader para viver o novo amor do personagem, Aurora – e nõs fomos
presenteados com essa dobradinha
relembrando os tempos de Celebridade (2003), do Gilberto Braga, em que a dupla
viveu Fernando Amorim e Maria Clara Diniz.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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