O horário das sete começou a década
complicado e viu Tempos Modernos, do Bosco
Brasil se transformar em um dos
maiores fiascos da história da teledramaturgia nacional. Bosco Brasil fez aqui sua
estreia como autor titular na Globo.
Seu trabalho anterior na emissora havia sido Coração de Estudante, em 2002, no qual
foi colaborador. Depois, passou pela Record
TV, onde colaborou no texto de Essas Mulheres e foi coautor
de Bicho do Mato (2005).
A
novela começou com promessas de modernidade (como bem sugere o título) e ares
de inovação em estrutura dramatúrgica, vistos em sequências e diálogos ágeis e
em tons irônicos. O autor propunha uma mistura de futurismo – o “edifício
inteligente” Titã, o computador-robô Frank e a figura fria e mecanizada da vilã
Deodora, de Grazi Massafera – com
tons farsescos e quase caricatos – como os personagens do núcleo da Galeria do
Rock, mais precisamente na relação conturbada entre um quarentão roqueiro
convicto, mas amargurado, Ramon (Leonardo Medeiros), e uma cantora lírica de
sucesso, Ditta (Alessandra Maestrini). Mas o telespectador não comprou a
trama e, mesmo com as mudanças no roteiro e em alguns
personagens que mudaram de perfil ou simplesmente foram limados da novela, Tempos Modernos terminou com um dos
menores índices de audiência do horário, massacrada pela crítica e a opinião pública e comparada pela antecessora
no horário Caras e Bocas (2009), que fechou a
década de 2000, foi a mais complicada apresentada em toda a década.
Depois da tempestade, vem a bonança! O Remake de Ti Ti Ti (2010), escrito pela MariaAdelaide Amaral, baseada no grande sucesso original do CassianoGabus Mendes, foi o maior sucesso do horário até então. Cativou
o público usando e abusando do humor que o horário das sete permite, dosado
eficazmente com o drama em tramas que se complementavam. Maria Adelaide Amaral, então chamada para escrever uma novela,
afirmou que não faria uma trama original, mas sim mais uma adaptação da obra de
Cassiano Gabus Mendes, seu mestre,
de quem já havia adaptado AnjoMau, em 1997. Desta vez a autora
escolheu Ti-ti-ti, de 1985,
que na adaptação teve entrechos de outra trama de Cassiano: Plumas ePaetês, de 1980. Em comum, as duas novela tinham o mundo da moda como pano
de fundo. De Plumas e Paetês,
Maria Adelaide tirou a espinha dorsal da novela: a história de Marcela, que
foge do passado e se faz passar por outra pessoa após um acidente para se
garantir ante sua gravidez. O entrecho deu um bom suporte a trama e o casal
Marcela e Edgar, vividos pela ÍsisValverde e o Caio Castro viraram
os queridinhos do público. AlexandreBorges, Cláudia Raia e Murilo Benício, brilharam com os protagonistas e
roubaram cada cena – Jacques L´clair , Jaqueline e Ariclenes, que se transforma
em Victor Valentin, ganharam um perfil mais ágil que os originais do Reginaldo Faria, Sandra Bréa e Luiz Gustavo,
e novamente perpetuaram suas interpretações na história da
teledramaturgia. Como já é de praxe em
tramas da autora não faltaram as citações de outras tramas e participações de personagens de outras
novelas do Cassiano nesta versão.
Walcyr Carrasco voltou ao horário das
sete depois do sucesso de Caras e Bocas (2009), com uma trama que primava pelo ineditismo de seu
temas. Juntou robôs e dinossauros na trama de Morde e Assopra, e desta vez viu o público estranhar e rejeitar sua trama
inicialmente. Com as apostas criativas – entende-se os dinossauros e robôs – não surtindo
efeito, Walcyr rearranjou algumas tramas
e personagens resolvendo apelar para o
dramalhão rasgado. E, para isto, elevou uma trama paralela a trama central. O
drama da simplória vendedora de cocadas Dulce (Cássia Kiss) renegada pelo filho
ingrato Guilherme (Klebber Toledo) ganhou uma dimensão jamais imaginada no
início da novela. E claro que isso se deve muito
ao talento de Cássia ao
desenvolver sua personagem com sensibilidade – ainda que caindo na caricatura,
mas segurando a personagem pela emoção. O público reagiu positivamente e Morde e Assopra acabou terminando como a CássiaKiss como grande salvadora da obra. Além de Cássia , destacaram-se André Gonçalves, como o gay estereotipado
Áureo, responsável pelos momentos mais hilários da novela; Vanessa Giácomo, como Celeste, frequente companheira de cena de
Áureo; Jandira Martini, como Dona
Salomé, a sovina mãe de Celeste; e Vera
Mancini, como a engraçada Cleonice, empregada de Salomé que fica rica. Uma
das cenas mais emblemáticas da trama é a que Flávia Alessandra, que uma
de suas personagens na trama era um robô, se revela para a cidade tirando a
peruca e mostrando os controles em seu crânio.
O Horário da sete teve uma década
oscilante. Foi praticamente uma trama de sucesso seguida por uma
rejeitada. Depois de Morde e Assopra veio a
esquecida Aquele Beijo (2011), do autor MiguelFalabella, protagonizada por GiovannaAntonelli, Ricardo Pereira e Grazzi Massafera, que foi seguida pelo
fenômeno das empreguetes na trama de Cheias de Charme.
Felipe
Miguez e Izabel de Oliveira em
sua estreia como autores solos apresentaram
um grande sucesso, marcado pelo humor, criatividade e originalidade. Em
tempos em que personagens ricos já não protagonizavam mais novelas sozinhos, a
trajetória de sucesso das três empregadas domésticas virou um verdadeiro
fenômeno de repercussão. Cheias de Charme teve o mérito de tirar proveito da Internet – até pouco tempo
considerada uma concorrente da TV aberta – transformando-a em uma poderosa
aliada: a novela foi pioneira na ação de transmídia, com o
lançamento do clipe musical das Empreguetes primeiro na Internet, depois na
novela. O clipe, divulgado pelos personagens da trama, foi lançado no site da
novela no dia 19/05/2012, um sábado, mas só apareceu na TV no capítulo
seguinte, na segunda-feira, depois ter recebido 12 milhões de visualizações na
rede. Além das intérpretes das
Empreguetes – Tais Araújo, Leandra Leal
e Isabelle Drummond, brilharam também Cláudia
Abreu e (a revelação) Titina
Medeiros, nas peles das vilãs Chayene, a cantora invejosa e sem noção, e
sua fã Socorro, a personal curica desastrada. Juntas,
protagonizaram as mais divertidas cenas, em meio a confusões, escorregadas no
português, troca de nomes (Rosalba, Roxana, Rosilda, Rosiranha) e expressões
que caíram na boca do povo (como “curica” e “amadinha”). Com a
música com um dos principais personagens de Cheias de Charme vários ritmos foram retratados na trama – do funk carioca
ao sertanejo universitário, passando pelo tecnobrega e o forró. A música
popularíssima brasileira agitou a novela. Cheias de Charme era, acima de tudo, uma novela musical, que contou com a
participação de vários cantores, que atuaram com os personagens-cantores da
novela.
Com uma história datada, o remake de Guerra dos Sexos, do autor Silvio deAbreu, baseada no sucesso do autor de 1983, entrou em 2012, mas ao
contrário do esperado, foi um dos maiores fiascos em produções de remakes da
Globo. Nada do esperado que aconteceria,
e que foi sucesso em 1983, se repetiu em
2012, mesmo com o mesmo autor e um dos diretores da original,
o remake passou em branco no horário, com destaque apenas para Irene Ravache e Tony Ramos, que
conseguiram imprimir verdade no novo perfil de Charlô e Otávio, imortalizados
por Fernanda Montenegro e Paulo Autran.
MariaAdelaide Amaral voltou ao horário das sete em 2013, e pela primeira vez
apresentou uma novela inédita , sem adaptações de livros ou remakes. Sangue Bom apresentou uma
trama que trazia como mote principal o “ser e parecer” apresentando um leque de situações ligadas ao mundo das
subcelebridades em todos os seus patamares. Atrizes decadentes, artistas em
início de carreira, e a exposição da vida particular deles da
maneira mais tosca possível. Com
texto, roteiro, direção e trilha sonora
impecáveis, Sangue Bom se destacou pelo primoroso elenco mesclado
com atores jovens e veteranos vivendo ótimos momentos. Marisa Orth
, Letícia Sabatella, Malu Mader , Ingrid Guimaraes e Déborah Evelyn interpretaram seus melhores personagens na tv até
então. Suas personagens eram muito ricas dramaturgicamente. Nenhuma delas ficou
perdida dentro da novela, praticamente se renovavam a cada capítulo. Giulia Gamm,
diferentemente da decadente Barbara Ellen, foi a estrela maior da trama. A
atriz há anos não tinha um personagem tão bom na tv. Barbara era uma das vilãs
da trama , mas ganhou o Brasil com suas adoráveis loucuras.
Os protagonistas jovens foram sem dúvidas o grande acerto da
trama porém a grande
revelação desse grupo de protagonistas jovens foi Sophie Charlotte.
Sua interpretação da It Girl Amora Campana foi execrada pela imprensa nas
primeiras semanas, mas a atriz mostrou profissionalismo , manteve seu
perfil de interpretação e mostrou que sabia o que estava fazendo, e fez da
Amora uma grande personagem. Esse jogo de mocinha e vilã que girou em
torno da personagem deu o charme que ela precisava, e ver no final a tão
aguardada redenção e seu final com Bento (Marco Pigossi) foi um grande
presente. Sangue Bom pode ser resumida como uma crítica social dosada de humor. Talvez
exatamente esse junção crítica/humor tenha transformado a trama na melhor novela
de 2013.
O Ano de 2014
foi crítico para o horário duas tramas apresentadas sofreram com rejeição,
baixa audiência e não despertaram o interesse
como esperado – Além do Horizonte ,
da dupla Carlos Gregório e Marcos
Bernstein, que vinham da equipe de roteiristas da
aplaudidíssima A
Vida da Gente (2011), se
perdeu logo na primeira semana. O ar
de “inovação” com uma trama cheia
de mistérios – que lembrava seriados americanos do gênero, notadamente Lost, em especial pela ambientação em uma ilha
misteriosa literalmente afastou o público cativo do horário que não reconhecia
o estilo da história. Foi seguida por Geração Brasil (2014), que marcava o retorno da dupla de autores de Cheia de Charme – Felipe Miguez e Izabel de Oliveira -
Entretanto, decepcionou-se quem esperava um novo mega sucesso ao estilo
da trama anterior. Um dos vilões de Geração Brasil pode ter sido a
expectativa do público e a responsabilidade dos autores de repetirem um novo
sucesso ante essa expectativa.
Alto Astral (2015), do Daniel
Ortiz e I Love Paraísópolis (2015) foram duas tramas regulares do horário, não chegaram a
ser nenhum bum, mas também não
decepcionaram no que pretendiam.
O retorno do sucesso ao horário das sete
veio com Totalmente Demais, trama dos autores Paulo Halm e Rosane
Svartmann, o conto de fadas que virou paixão nacional e consagrou de vez Marina Ruy Barbosa como grande estrela
da Globo. A Explicação para o sucesso de Totalmente Demais talvez
seja ainda muito procurada no decorrer dos anos. Será que foi sucesso por
ser uma trama simples? Por ser um conto de fadas moderno? Por ter focado no
romance? Ou porque fez desse romance o ponto de partida? Enfim muitas perguntas
ainda ficarão no ar , mas o fato é que os autores conseguiram
transformar a já fadada história de amor recheada de
melodrama em uma novela impossível de perder e impossível de
ser esquecida.
Outro remake voltou ao horário das sete com Daniel
Ortiz em 2016. O autor que tinha apresentado uma boa trama com Alto Astral em 2014, trouxe Haja Coração como
escapismo para o horário abandonando a
leveza da sua trama anterior e pincelando com dose fortes de tom e cores na
história baseada originalmente em Sassaricando (1987),
trama de sucesso da década de 80 do autor Silvio
de Abreu. Haja
Coração teve uma ótima repercussão
repetindo, pelo menos a audiência de Totalmente Demais.
Rock Story (2016), marcou a estreia de Maria
Helena Nascimento como autora titular de novelas. Ela foi colaboradora de
tramas como Pátria Minha (1994), Suave Veneno (1999), Um Anjo Caiu do Céu (2001), Celebridade (2003), Paraíso Tropical (2007), Insensato Coração (2011) e Alto Astral (2014), entre outras. A
Novela não inovou nada, tampouco reinventou a roda, nem foi a
primeira novela musical. Pelo contrário, como toda e qualquer novela,
apropriou-se amplamente dos esgarçados clichês do folhetim. Só que a forma
original com a qual eles foram trabalhados fizeram soar como novidade. A
originalidade nessa abordagem esteve no protagonista Gui Santiago (Vladimir
Brichta), roqueiro decadente, briguento, ansioso e errado. A novela começou
quebrando o maniqueísmo dos mocinhos virtuosos. Ao longo da trama, Gui cresceu
com sua banda e cresceu internamente, o que o fez controlar o seu lado negro,
inerente a todo ser humano. Dinamismo foi
a maior qualidade da novela. As situações se resolviam rapidamente para darem
lugar a outras, e assim sucessivamente. Mesmo com a notória perda de fôlego na
reta final, Rock Story não cansou e nem sofreu da indesejável “barriga”. Uma galeria de tipos cativantes, divertidos e
adoráveis serviram de alicerce para a trama: Gui (Vladimir Brichta), Júlia
(Nathalia Dill), Diana (Alinne Moraes), Lázaro (João Vicente de Castro), Marisa
(Julia Rabello), Léo Régis (Rafael Vitti), Dona Néia (Ana Beatriz Nogueira),
Ramon (Gabriel Louchard), os casais Zac e Yasmin (Nicolas Prattes e Marina
Moschen), Gordo e Eva (Herson Capri e Alexandra Richter), Haroldo e Gilda
(Paulo Betti e Suzy Rêgo) e Nelson e Edith (Thelmo Fernandes e Viviane Araújo),
e os bandidos atrapalhados Romildo e William (Paulo Verlings e Leandro Daniel)
proporcionaram um show em forma de novela.
Com uma trama simples sem novidades e texto
quase infantil, Pega-Pega acabou se transformando em um fenômeno de audiência
ultrapassando o recorde de Cheias de Charme (2012) há cinco anos.
Acho
que o grande trunfo da trama foi mesmo seu elenco, que transformou alguns
personagens na alma da novela com um crescimento dramaturgo e grande empatia
junto ao público. O Caso de Maria Pia e Malagueta, personagens da Mariana
Santos e Marcelo Serrado, e Sandra Helena e Aguinaldo, da Nanda Costa e
do João Baldasserini. Mesmo sem um casal de protagonistas que
funcionasse, Eric e Luiza, os personagens do Mateus Solano e
Camila Queiroz,
que desde o primeiro capítulo deixaram nítida a falta de química entre
eles, e eu particularmente sempre vejo os trejeitos do Félix (Personagem do
Mateus em Amor à Vida) nos personagens do Mateus Solano, e
assim não consegui engolir ele como galã. A Camila Queiroz sozinha até a funcionou, sua personagem foi se
transformando no decorrer da trama e de princesinha do Carioca Palace termina a
trama como grande empresária do ramo hoteleiro, mostrando um
amadurecimento em seu terceiro trabalho na tv. Mariana Santos como
a Maria Pia foi a grande revelação da trama. Em seu primeiro personagens em
novelas, depois do sucesso em humorísticos, a atriz foi perita em dosar as
vilanias num tom cômico agradável e sem exageros que transformaram a personagem
na estrela da novela. Pega Pega , que marcou
a estreia da Cláudia Souto como autora solo, foi uma novela de tramas e entrechos
fracos, sem ganchos ou sobressaltos, mas com personagens tão interessantes, interpretados
de maneira tão crível e visceral, que compensaram, e fizeram a trama
valer a pena.
Primeira novela solo do roteirista Daniel Adjafre, que iniciou na
dramaturgia da Globo em 2000, no
humorístico Zorra Total. Colaborou nas séries Casos e Acasos (2008), S.O.S Emergência (2010), A Cara do Pai (2016) e Cidade dos
Homens (2017), e,
com Lícia Manzo, nas novelas A Vida da Gente (2011) e Sete Vidas (2015), Deus Salve o Rei foi
uma das novelas mais pretensiosas já produzidas pela Globo. O risco era enorme e o investimento altíssimo. Abusou-se dos
mais modernos recursos de computação gráfica e efeitos especiais, que
resultaram em um verdadeiro show de exibicionismo técnico.
Cenários, figurinos e arte que nada deixaram a desejar às melhores produções
medievais estrangeiras. Tecnicamente falando, foi tudo perfeito.
Infelizmente,
Deus Salve o Rei chegou ao
seu final deixando um rastro de críticas à seus altos e
baixos e se mostrando uma novela regular que tentou o
tempo inteiro entrar nos trilhos.
Uma
produção luxuosa com efeitos especiais de última
geração, uma dupla de protagonistas com uma legião de
fãs nas redes sociais , e a história inovadora de capa e espada, que
havia feito sucesso no final da década de 80, com Que Rei Sou Sou (1989), parecia a receita certa para o
sucesso da trama.
Com a vilã inicialmente
robótica da Bruna Marquezine e a apatia do galã
protagonista vivido pelo Rômulo Estrela, a novela começou a desinteressar o
público e a Globo imediatamente ligou o sinal
vermelho com o intuito de salvá-la. Nem a inserção do humor com a entrada da
princesa Lucrécia da Tatá Werneck, foi capaz de dar fôlego a trama,
que a esta altura já tinha perdido sua essência de folhetim mostrando a
fragilidade da história. Ricardo Linhares foi chamado às
pressas para acertar as pontas. Algumas intepretações foram
atenuadas , principalmente a vilã Catarina da Marquezine que perdeu o ar
robótico, e alguns personagens foram eliminados e outros
inseridos com o intuito de dar mais fluidez a história.
O Grande chamariz da trama – suas protagonistas – Amália e Catarina – fez o público
torcer por um grande embate entre as personagens, embate esse que só veio a
partir da segunda metade da novela, o que prejudicou muito o andamento de Deus Salve o Rei. Se a intenção era pegar
carona no sucesso de Games of Thrones, infelizmente a fragilidade da trama deixou a novela muito longe da sua
suposta inspiração. Não foi uma das piores do horário, como apontava
virar em sua fase inicial, mas foi uma trama regular, cheia de altos e baixos,
que soube reconhecer suas fraquezas e chegar dignamente ao seu
final.
Com os congelados de O Tempo não Para trama inovadora, um texto pertinente, simples e sem
didatismo, o autor Mário Teixeira apresentou uma história que prendeu o público
apaixonado pelos dramas e entrechos dos
personagens que mais de 130 anos depois tinham que se adaptar a um novo mundo. Porém infelizmente, o autor usou todas suas fichas
na primeira metade da trama e deixou a história sem
sustentação, o que prejudicou muito seu andamento junto a
audiência. Nicolas Prattes e Juliana Paiva fizeram do Samuca e Marocas personagens
inesquecíveis. Seguros e dando tudo de si para o casal decolar, os atores
acertaram no tom e na química e mesmo com os entrechos que os separavam terem
sido resolvido desde a metade da trama, continuamos torcendo pelo #Samurocas mesmo
com eles já juntos e casados. E as emocionantes cenas no último capítulo com a
Marocas envelhecendo foi a coroação da dupla. Promissora, funcionou até um certo
momento, mas parou da metade em diante. Não prejudicou o bom
andamento dos últimos anos das tramas das sete, mas também não acrescentou em
nada.
Com Verão 90, as autoras Izabel de Oliveira e Paula Amaral levantaram a moral do horário das
sete, derrubada pelas últimas produções
(O Tempo Não Para e Deus Salve o Rei). Foi notável como a novela pegou a audiência da faixa em
forte crise e conseguiu, ao longo dos meses, aumentá-la levando a excelentes
patamares em sua reta final. Taxada de infantilóide, Verão 90 ficou
na linha tênue entre o humor e o pastelão, mostrando que as autoras
sabiam o que estavam fazendo desde o começo e , embora tenham dado
umas pinceladas de alteração, a novela se manteve à sua ideia original – o
único intuito de entreter através da nostalgia.
Verão 90 foi se
acertando no ar, nos dando a sensação de que até o elenco entrou na
brincadeira, afinal de contas é nítido que alguns nomes do elenco
compraram a ideia e deixaram o tom alto e farcesco dos seus
personagens ser o diferencial dos seus trabalhos.
Antônio
Fagundes e Grazzi Massafera que iniciaram a década na trama de Tempos Modernos (2010) vão fechar a década agora em Bom Sucesso, com o diferencial de marcados pelo
sucesso do Alberto e Paloma. Bom sucesso desde seus primeiros capítulos se destacou pelo
pano de fundo literário com trechos de livros clássicos sempre
citados pelos protagonistas ou outros personagens, mas a trama vai
além, sem abrir mão da linha folhetinesca, os autores conseguem imprimir e
apresentar uma trama simples, com entrechos conhecidos, mais tão bem
emoldurados pelo belo texto e um elenco escalado com mestria que
encanta a cada cena.
A Relação do Alberto e Paloma é outro trunfo da trama. Poucas
vezes uma relação assim de sexo oposto sem temática sexual chamou tanta atenção
do público.
Alguns
site chamam o sucesso de Bom Sucesso de “Avassalador” – Eu
chamo de um sucesso anunciado. A trama é
muito bem alicerçada e os autores Paulo
Halm e Rosane Svartmann, mesmo
de Totalmente
Demais souberam apresentar a espinha dorsal interessante no início que
foi só tomando formas melhores ainda no decorrer do enredo.
Texto: Evaldiano de Sousa
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