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Novelas - Balanço 2019


O Tempo não Para (Globo) - Espelho da Vida (Globo) - Jesus (RecordTv) - O Sétimo Guardião (Globo) - Verão 90 (Globo) - Órfãos da Terra (Globo) - Jezabel (RecordTv) - A Dona do Pedaço (Globo) - Topíssima (RecordTv) - Malhação – Vidas Brasileiras (Globo) 


        O ano de 2019 termina provando mais uma vez que a audiência não é e nunca será sinônimo de  qualidade para nossa teledramaturgia. O ano foi marcado por tramas que fizeram sucesso junto ao público, com uma audiência crescente, mas na contramão, história que não acrescentaram em nada, tiveram apenas o único intuito de entreter, como  o caso de Verão 90,  ou pior ainda, o simples intuito de conseguir audiência sem se importar com texto de qualidade ou coerência, como foi A Dona do Pedaço.
        Outras  tramas sem  nenhuma pretensão acabaram proporcionando ao público grandes momentos, e mesmo minguando na audiência, se mantiveram em suas sinopses, mostrando que o telespectador tem que aprender esperar para ver a trama fluir. Espelho da Vida, que nos deixou no início de 2019, foi a grande prova disso. A trama só conseguiu se firmar na audiência e a empatia do público em sua reta final,  o que aconteceu inversamente  com Órfãos da Terra, tão aclamada inicialmente,  mas que perdeu o fôlego da sua metade em diante.
        Um dos fatos bons que 2019 nos trouxe foi a RecordTv ter começado a entender que as tramas bíblicas não podem ser  eternamente única atração da emissora. Depois  do baixo desemprenho de Jesus no início do ano, a emissora resolveu investir em uma novela contemporânea e,  viu Topíssima se transformar em  um grande  sucesso de público e crítica.
        Foi um ano regular, marcado por sucessos e insucessos, explicáveis ou nunca entendíveis. 
       
O Tempo não Para (Globo – 31 de Julho de 2018 a 28 de Janeiro de 2019)

        Congelada em sua reta final, O Tempo não Para, do autor Mário Teixeira, teve um início promissor, com bons entrechos e uma inovação – os congelados com mais de 100 anos que começavam descobrir o novo século. Com  trama inovadora, um texto pertinente, simples e sem didatismo, apresentou uma  história que prendeu o público apaixonado pelos entrechos dos personagens.
        Porém infelizmente, o autor usou todas suas fichas na primeira metade  da trama e deixou a história sem sustentação,   o que prejudicou muito seu andamento.
        Como já disse,  o texto do Mário Teixeira, principalmente revelando os contrastes entre os séculos rederam momentos pertinentes à trama. Destaque para o racismo, quando Dom Sabino (Edson Celulari) , depois de entender está em um novo século, se choca ao perceber que Eliseo, do Milton Gonçalves, ainda arrastava uma carroça de material reciclável pela cidade.
        Atores consagrados que não precisariam mostrar mais nada fizeram da trama seu palco, o caso do Edson Celulari (Dom Sabino), Christiane Torloni (Carmem), Milton Gonçalves (Eliseo) e  Rosi Campos (Augustina).
        Nicolas Prattes e Juliana Paiva fizeram do Samuca e Marocas personagens inesquecíveis. Seguros e dando tudo de si para o casal decolar, os atores acertaram no tom e na química e mesmo com os entrechos que os separavam terem sido resolvido desde a metade da trama, continuamos torcendo pelo #Samurocas mesmo com eles já juntos e casados. E as emocionantes cenas no último capítulo com a Marocas envelhecendo foi a coroação da dupla. 
        Outro casal que chamou atenção pela química, humor  e o talento de seus intérpretes foi Elmo e Miss Celine, vividos pelo Felipe Simas e Maria Eduarda Carvalho.
        O Tempo não Para foi  promissora,  funcionou até um certo momento, mas parou da  metade em diante. Não prejudicou o bom andamento dos últimos anos das tramas das sete, mas também não acrescentou em nada.



Espelho da Vida (Globo – 25 de Setembro de 2018 a 1º. de Abril de 2019)

        As primeiras semanas de Espelho da Vida, trama da Elizabeth Jhin, mostraram uma história lenta e sem muitos acontecimentos.  O público começou a bocejar e a audiência cair muito. Porém a autora sabia  bem o que estava fazendo, talvez a aceleração no roteiro da obra tivesse atrapalhado seu conjunto.  Enfim, Espelho da Vida ganhou força da sua metade em diante quando a história dos anos 30 figurou com mais força e o público começou a ser brindado com duas novelas  ao mesmo tempo ricas de um bom texto, roteiro e atuações impecáveis.
        Assim como em Além do Tempo (2015),   Espelho da Vida foi contada em dois tempos, e mesmo falando de espiritismo e vidas passadas, a autora não foi didática e poupou o público de doutrinação exagerada, o que descaracterizaria o bom folhetim, e apresentou uma trama que precisou dessa lentidão inicial para apresentar um final eletrizante, com direito a torcidas nas redes sociais e bolsas de apostas.
        Sem dúvidas o grande trunfo de Espelho da Vida foram as viagens entre as dimensões que a autora soube dosar de forma perfeita,   deixando o público curioso  para saber  quem seria  no passado o personagem da vida atual de  Cris (Vitória Strada), e passando a torcer por esses reencontros e  pelo bom desfecho da história.
        Foi nessa duplicidade de personagens  que o elenco de Espelho da Vida fez da trama um palco e nós fomos  brindados com grandes atuações em cenas memoráveis de atores veteranos e iniciantes que só enriqueceram a produção.
        Vitória Strada (Cris / Julia ) e Alinne Moraes, excelentes como protagonista e antagonista, respectivamente; Rafael Cardoso  (Danilo / Daniel ), que logo que apareceu em cena ganhou o posto isolado de mocinho da trama jogando para escanteio o Alain , do João Vicente de Castro, até então muito engessado. Porém vale citar   que Alain cresceu muito em cena e o João Vicente  conseguiu fazê-lo com maior credibilidade da metade da trama em diante.
        O Elenco veterano foi  um show à parte – Irene Ravache, Ana Lúcia Torre, Patrycia Travassos, Suzana Faini, Julia Lemmertz, Felipe CamargoÂngelo AntônioEmiliano Queiroz  entre outros,  fizeram  valer a pena cada cena nas duas vidas de seus personagens.

        Até o núcleo de humor de Espelho da Vida, o que em outras tramas quase sempre destoa da trama por completo, Elizbeth Jhin soube apresentar de forma linear com a história central e nele brilharam nomes como  Vera Fischer, Luciana Vendramini e Kéfera   dando  um fôlego necessário quando a novela  precisava dar uma desopilada do espiritismo.
         Espelho da Vida em termos de audiência ficou  muito longe das suas antecessoras Orgulho e Paixão (2018) e Tempo de Amar (2017), mas também  é de longe uma trama bem mais interessante e complexa, que pediu  para o telespectador pensar   para entender a história que se entrelaçou  entre  os dois tempos. Nessa contramão, o telespectador mais preguiçoso desistiu  ,   porém aquele mais paciente  conseguiu se apegar aos entrechos e torcer por eles, o que mostrou  que  Espelho da Vida foi  sem dúvidas um novelão em todos os aspectos – do texto ao roteiro – da direção ao elenco.  




Jesus (RecordTv – 24 de Julho de 2018 a 22 de Abril de 2019)

        Mostrando um Jesus mais humano que santo, a RecordTv  continuou apostando em tramas bíblicas com um dos mais famosos livros da bíblia. Mesmo sendo a passagem bíblica mais conhecida de todas – calvário , morte e ressureição de Jesus Cristo – a autora Paula  Richard, apresentou a história de  um Jesus mais humanizado, mostrando os entrechos de personagens que passaram  e foram tocados por ele, criando ótimos ganchos para a parte folhetinesca da trama.
        Uma pena que tal qual   acontecera com Apocalipse, a trama antecessora, Jesus foi deixada de lado pela audiência  logo na sua primeira fase quando Maria, a mãe de Jesus que foi concebida sem pecados, na trama vivida pelas atrizes Juliana Xavier e Claudia Mauro em fases diferentes, foi mostrada como uma mulher que amava, que teve uma vida ao lado do marido e inclusive outros filhos. A Igreja  boicotou a trama com direito  à discursos inflamados de padres para as suas ovelhas.
        Mas a autora não se amedrontou, e como já havia anunciado nas entrevistas de estreia da trama, seguiu a linha  de humanização da história que foi além da doutrinação ou da entrega de Jesus para salvar  o mundo simplesmente.
        Curiosamente, Jesus foi  sucesso absoluto no Estados Unidos. Claro que estou falando da audiência latina do país. A população  hispânica sintoniza a saga de Jesus  no Prime Time (20h) pelo Canal Unision  e desde a estreia  liderou no horário nobre batendo canais como Telemundo, principal concorrente e UniMás, da Rede Univision.
         Dudu Azevedo como o protagonista, ainda ficou devendo muito, mas é justo lhe dar os créditos pelo personagem. O Ator se saiu muito bem nos momentos em que a trama mais lhe exigiu, como a crucificação de Jesus, que a RecordTv estendeu até onde pode. Foi uma das sequencias mais aguardadas da novela e sem dúvidas a que mais emocionou o público, principalmente por que a emissora roteirizou  para que ela  fosse apresentada exatamente durante a Semana Santa, quando os católicos relembram esse  calvário.
          Jesus foi uma superprodução pouquíssima valorizada, uma pena, mas acho que entra naquela conta da defasagem das histórias bíblicas que a RecordTv  insiste em emendar uma na outra, além das reprises intercalando. Cansa e confunde o telespectador, que perde a vontade de se apegar.


               
O Sétimo Guardião (Globo – 18 de Novembro de 2018 a 18 de Maio de 2019)

        A Sensação que ficou quando O Sétimo Guardião chegou ao fim foi a de um grande alívio. O que era para ser o grande retorno  do Aguinaldo Silva ao Realismo fantástico e volta do gênero ao horário nobre , acabou se transformando em uma das tramas mais equivocadas do horário,   chegando a ofuscar neste quesito Babilônia  (2015) e A Lei do Amor (2016).
        Muito antes de entrar no ar,  O Sétimo Guardião já era uma novela a acompanhar por causa da confusão  pela  paternidade da trama, que Aguinaldo Silva e a Globo tiveram que enfrentar  com alunos de um curso de autores promovido pelo autor. A confusão atrasou a viabilidade da trama que por pouco não foi pro ar.  Hoje talvez ninguém nem fizesse tanta confusão assim  por essa paternidade!
        Depois que estreou,  a falta de química entre os protagonistas Luz e Gabriel, os personagens da Marina Ruy  Barbosa e Bruno Gagliasso, a história incoerente , os entrechos esquecidos pelo autor no meio do caminho mostraram que os bastidores da trama acabaram sendo mais “folhetinescos” que a história ficcional.
        Teve briga entre  as estrelas do elenco  -  Lília Cabral e Marina Ruy Barbosa;  a separação do José Loreto (O Junior da trama) da esposa, supostamente tendo Marina com pivô; as doenças do Bruno Gagliasso; a morte de um figurante  e agora na reta final,  a acusação de assédio contra o ator Caio Blat. Uma trama bem mais interessante e cheia de entrechos que a apresentada na tv.
        Marina Ruy Barbosa em sua primeira protagonista oficial viu a Luz se apagar logo  na fase inicial da trama , e com a falta de química gritante que rolou entre ela e o  Gagliasso foi um pulo para a trama desandar. Não tenho receio de dizer que os personagens anteriores dos atores, A Amália de Deus Salve o Rei (2018) e o Mário de Sol Nascente (2016), tidos como fracos, foram 100% melhores e mais interessantes que  a Luz e o Gabriel.
        Deu vergonha ver a Lília Cabral fazendo uma vilã tão caricata e sem brilho. E o Tony Ramos então! O Ator que estreou no texto do Aguinaldo Silva, ganhou um personagem  tão engessado que  nem ele conseguiu dar vida.
        O pior é que O Sétimo Guardião tinha bons entrechos e ótimos personagens com  histórias  que encheram os capítulos iniciais  e,  que se bem roteirizados e melhores aproveitados certamente teriam salvo a trama desse fiasco – o caso da abordagem da violência doméstica com o Nicolau (Marcelo Serrado) e Afrodite (Carolina Dieckmann); a lolita Lourdes Maria (Bruna Linzmeyer); a Stefânia da Carol Duarte; o Delegado de calcinhas, vivido pelo Milhen Cortaz; Marilda (Letícia Spiller) e água milagrosa; o alcoolismo da Stela (Vanessa Giácomo) entre outros.



Verão 90 (Globo – 29 de Janeiro a 27 de Julho de 2019)

          Verão 90, a trama das autoras Izabel de Oliveira e Paula Amaral,  apesar de muito criticada pelo texto e produção e  vários outros  motivos, cumpriu seu objetivo que no decorrer dos capítulos ficou nítido que era só pura e simplesmente entreter através da nostalgia dos recentes anos 90, sem levantar bandeiras, polêmicas  ou passar  nenhuma mensagem mais importante.
        Taxada de infantilóide, Verão 90 ficou  na linha tênue entre o humor e o pastelão, mostrando que as autoras sabiam o que estavam fazendo desde o começo e ,  embora tenham dado umas pinceladas de alteração, a novela se manteve à sua ideia original. E a boa média de audiência foi mais uma prova de que o público comprou a história.
        Até a cronologia,  muitas vezes equivocada ,  virou um mero detalhe, e aí bastou focar nas  referências e citações de outras tramas e  viajar, mostrando  outro ponto forte de Verão 90.   
        Nem as estrelas,   dosadas em um tom muito acima do teatral,  sofreram alteração, o caso da Manusita (Isabelle Drumond) e  Lidiane (CláudiaRaia) ou a vilã mor Mercedes (Totia Meirelles). O Público teve  que “engoli-las”  conforme  a concepção original e na verdade viu o charme que elas representavam dentro da história, não à toa que compraram  e transformaram a Isabelle Drumond e a Claudia Raia,  tão criticadas inicialmente, nos maiores destaques da trama.  
        Jesuíta Barbosa,  que pela primeira vez fugiu dos personagens complexo aos quais  estávamos acostumados  vê-lo fazer,  embora inicialmente engessado, foi se moldando no decorrer da trama e terminou com um Jerônimo espetacular, mesclando o patológico como o cômico.
        Quanto a Camila Queiroz, na pele da Vanessa, logo nas suas primeiras cenas foi por baixo o receio que eu tinha de vê-la fazendo uma vilã, talvez escorregasse no caricato - Ledo engano! Ela tirou a Vanessa de letra.
        Além da Cláudia e Isabelle, atores  veteranos  como Dira Paes (Janaína) e Totia Meirelles (Mercedes) ,   nomes em plena ascensão profissional  como Camila Queiroz(Vanessa) e Jesuíta Barbosa (Jerônimo) , a trama trouxe ótimas   revelações que foram destaque -  como o casal lambadinha vividos pelos atores Ícaro Silva (Ticiano) e Dandara Mariana (Dandara), Galdino do Gabriel Godoy ,  o Patrick do Kléber Toledo,   foram os pilares de Verão 90, fazendo com que o público se a pegasse a um ou outro personagem mesmo sem gostar do conjunto da obra.
           Verão 90  foi se acertando no ar,  nos dando a sensação de que até o elenco entrou na brincadeira, afinal de contas é nítido que alguns nomes  do elenco compraram a ideia  e deixaram o tom alto dos seus personagens  ser o diferencial dos seus trabalhos.


Órfãos da Terra (Globo – 02 de Abril a 28 de Setembro de 2019)

          Órfãos da Terra, trama das autoras Thelma Guedes e Duca Rachid,  de uma novela muito elogiada em sua primeira fase  se transformou  em uma história que andou   em círculos e perdeu todo o fôlego no decorrer dos capítulos.
        Na verdade Órfãos da Terra foi um “novelão” digno do horários das  nove até o momento em que dois pilares da trama tiveram que ser limados da história  -Aziz (Herson Capri) e Soraya (Letícia Sabatella). O Vilão e uma de suas vítimas. Já estava na sinopse que a história sofreria essa baixa, até mesmo para dar vasão ao ódio da Dalila (Alice Weigmann) por Laila (Júlia Dalavia),   a mola mestra dos entrechos desta segunda fase,  dando a personagem ao posto prometido de grande vilã.
        Porém sem Aziz,  Laila (Júlia Dalávia) e Jamil (Renato Góes)  ficaram livres para  curtirem seu amor selado  com um filho.   O casal curiosamente perdeu toda química que explodiu na primeira fase  e o interesse do público foi instantâneo. A esperança foi aguardar a chegada de Dalila (Alice Weigmann) ao Brasil para vingar a morte do pai. Mas ao chegar,  num perfil quase patológico com maldades e planos falíveis, com várias idas e vindas  à prisão   e o ódio desmedido e quase sem fundamentos contra Laila, também deixou a personagem que prometia tanto ,   dentro de uma história vazia,  que nem  mesmo  todo o brilho e talento da Alice Weigmann foi capaz de salvar.
         A impressão que me deixou foi que as autoras cansaram da trama principal e a deixaram   lá cozinhando em banho-maria  e resolveram focar nas tramas paralelas e no pano de fundo de Órfãos da Terra  - o drama dos refugiados.
        Aliás nesse ponto elas foram peritas, sensíveis na abordagem e com um cuidado primoroso com o belo texto. O Engajamento no combate à discriminação foi mantido do começo ao fim, sem comprometer em nenhum momento o roteiro, mostrando que é possível sim apresentar  uma trama com assunto pertinente sem jogar o didatismo radical na cara do telespectador.
            E sem o casal principal as autoras apostaram em  outros casais que valeram muito a pena torcer, casais construídos na reta final mais que o público logo se identificou :  (Carol Castro) e Haussen (Bruno Cabrerizo);  O Romance dimensional  entre Cibele (Guilhermina Libânio) e Davi (Vitor Thiré), que no final encontrou o amor nos braços do Pericles (Lucas Capri);  a relação entre uma mulher mais velha e um jovem rapaz –  entrecho dos personagens Letícia (Paula Burlamaqui) e Benjamim (Filipe  Bragança), e os hilários   Zuleika e Almeidinha – Emanuelle Araújo e Danton Mello.
        As autoras  guardaram uma surpresa para a reta final. As então vilãs Camila e Valéria, depois de aprontarem muito em busca de ascensão social e grana,  foram se descobrindo e  se revelaram apaixonadas. É mais uma abordagem de relação homossexual na teledramaturgia nacional, algo que há tempos já  é tratado como natural nas  produções de outros países, e especificamente em Órfãos daTerra é um ótimo entrecho criado para as duas personagens que sempre brilharam dentro da história. O Beijo do #Vamila, como o público shippou o casal,  foi guardado para o casamento no penúltimo capítulo  para alegria geral da nação.
        Foi enriquecedor ver a construção dos entrechos dos personagens Mamede (Flávio Migliaccio) e Bóris (Osmar Prado). Os dois veteranos brilharam  quando enveredaram no drama  da doença que Mamede começa a demonstrar, para desespero dos netos,  e onde  os até então inimigos,  acabam se aproximando, a medida que Bóris tenta amenizar a situação do amigo. Foi  enriquecedor ver dois grandes atores da história da tv vivendo ótimos momentos  em cena.
            Assim de um novelão das nove com uma abordagem crível de um tema pertinente, os refugiados,   Órfãos da Terra se  mostrou  mais uma novela água com açúcar com pontuais entrechos interessantes.  Embora a audiência da trama não tenha sofrido muito com essa discrepância entre as fases, a novela fez o caminho inverso de sua antecessora Espelho da Vida, da Elizabeth Jhin, que começou fraca e só pegou força da sua metade em diante.
        

Jezabel (RecordTv – 23 de Abril a 12 de Agosto de 2019)

        Nem a protagonista vilã, um diferencial dentro das tramas bíblicas da RecordTv, foi capaz de salvar a trama de Jezabel,  novela da Cristianne Fridmann, que praticamente passou em branco nos 5 meses  em que ficou no ar.
        O gênero bíblico está saturado,  e nem a superprodução de encher os olhos  e as  importantes passagens descritas no Antigo Testamento, como a vinha de Nabote (Flávio Galvão) e a cura de Naamã (Pedro Henrique Moutinho), foi capaz de chamar o público para a novela.
        Mas Jezabel , tirando a visão cansada do público sobre os  temas bíblicos repetidos a exaustão pela emissora,     teve  suas qualidades,  a começar  pelo texto, com uma Cristianne Fridmann ainda fria em tramas bíblicas, o que  contou a seu favor, deixando a  história  mais folhetinesca  do que as anteriores.
        Lidi Lisboa, alçada ao posto de  protagonista merecidamente ,   deu um show como a Isméria de Escrava Mãe,  precisava de uma protagonista para mostrar o nível do seu talento. E em nenhum momento ficou devendo nada em interpretação, dada as devidas proporções do folhetim,  segurou a protagonista fora dos padrões das novelas bíblicas.
        Se não fosse a tendência da dramaturgia bíblica da RecordTv, que apenas se repete, sem  mudar sequer o elenco, Jezabel  tinha muitos ingredientes  para ser um  bom momento para a teledramaturgia da emissora.


A Dona do Pedaço (Globo – 20 de Maio a  23 de Novembro de 2019)

        A Dona do Pedaço, do Walcyr Carrasco, foi o grande bum do ano, em todos os aspectos.  Um show de desserviços emoldurado por um texto raso, final apoteótico da vilã Josiane (Ágatha Moreira)  e audiência nas alturas.
         Sem muitos entrechos ou surpresas  para o capítulo final, o grande destaque mesmo ficou por conta da revelação da farsa da Josiane, que matou Régis (Reynaldo Gianechinni) e se mostrou possuída. O Walcyr prometeu e entregou um final apoteótico mesmo, disso ninguém vai poder reclamar, a Josiane entrou para o hall das grandes vilãs da teledramaturgia.
        No mais, A Dona do Pedaço  foi apenas uma máquina de captar audiência e merchandising, sem  dar a menor importância para um texto no mínimo coerente  e sempre utilizando de entrechos tão fáceis, que beiraram as novelas infantis do SBT.
        Os desserviços de A Dona do Pedaço foram muitos -  As  cenas circenses entre a personagem  trans Britney (Glamour Garcia) e seu pretendente português;  o caricaturismo de evangélicos; o casal gay quase enrustido, com direito a beijo só para selar o final da trama (Agno/Malvino Salvador e Leandro/Guilherme Leicam ), entre outros... mas nenhum foi tão grave quanto a romantização  do atirador Chiclete (Sérgio Guizé)  e a violência doméstica sofrida por Vivi Guedes (Paolla Oliveira) na reta final da trama. Muitos assuntos abordados de forma irresponsável.
        Walcyr Carrasco não se preocupou nenhum pouco em alicerçar seus personagens por um bom texto, o único e explícito interesse era ganhar audiência, e  deu certo. A Trama  é um dos maiores sucessos do horário nobre global  mesmo recheada de personagens bobos, com textos repetitivos e caricatos.
        Muitos desses personagens  brilharam muito mais graças a empatia e talento de seus intérpretes do que pela  história que viveram propriamente. Imaginem a Maria da Paz sem uma Juliana Paes por trás, a Vivi Guedes, que foi uma máquina de fazer dinheiro através de propagandas dentro da novela  sem o carisma e poder comercial da Paolla Oliveira; a Fabiana sem a perícia da Nathália Dill; o Chiclete sem o Sérgio Guizé,  ou a Kim sem a Mônica Iozzi ...  Enfim os intérpretes salvaram seus personagens.
         Esse tipo de trama, sem a preocupação de um bom texto ou história com o único intuito entreter e captar audiência, já virou a marca registrada do Walcyr Carrasco no horário nobre  da Globo, foi assim com Amor à Vida (2013) e O Outro Lado do Paraíso (2017) – Novelas também  marcadas por uma audiência espetacular,  mas sem um conteúdo importante, tendo como pilares grandes viradas,  retornos de personagens e finais apoteóticos, mas sem dúvidas entre as três A Dona do Pedaço se superou muito. Confesso que tenho receio da próxima trama do autor.


Topíssima (RecordTv – 21 de Maio a 09 de Dezembro de 2019)

        Melhor projeto da RecordTv este ano, Topíssima, da Christiane Fridmann,  sem pretensão alguma prendeu o público cativando audiência num texto cirúrgico que mesmo falando de assunto polêmicos como aborto, tráfico e uso de drogas, conseguiu apresentar uma história  pertinente porém leve, pincelada  com doses de romance e humor.
        Topíssima acertou em todas as abordagens pretendidas – Texto pertinente, direção precisa, um elenco jovem emoldurado por veteranos em bons papéis e  o charme e a  química dos protagonistas  fizeram da trama um folhetim gostoso de se ver ,  ficando impossível imaginar perder um capítulo sequer.   
        O Elenco  foi um fator determinante para esse sucesso. Veteranos como Cristiana Oliveira (Lara Alencar ), Maurício Mattar (Carlos), Floriano Peixoto (Paulo Roberto), Isabel Fillardis (Vera), Paulo César Grande (Zeca) e Kadu Moliterno (Dagoberto),  em  ótimos papéis fizeram a diferença.
        DeniseDel Vecchio, como já era esperado, espetacular na pele da sofrida Madalena, foi um show à parte. As cenas  pós  morte da Jandira  (Brenda Sabryna) protagonizadas pela atriz,  foram  sem dúvidas as melhores, mais fortes e emocionantes da trama.
        Uma grata surpresa que Topíssima nos trouxe foi uma nova faceta do talento de Silvia Pfeiffer. Consagrada em papéis de vilãs ou mulheres ricas e sofisticadas, a RecordTv foi ao poucos lhe dando papéis mais complexos e diferentes do seu perfil já perpetuado na Globo. A simplicidade  da favelada Mariinha Ramos, foi a prova dos nove para a atriz, que se jogou de corpo e alma na personagem.
        O Elenco jovem, além de  enfeitar a trama,   mostrou atores  com pouca experiência, porém  que  sabiam o que estavam fazendo e brilharam muito. Destaque para Brenda Sabryna, a Jandira, que protagonizou um dos assuntos mais polêmicos da história -  fez  um aborto a pedido do namorado  e morre em decorrências de complicações do mesmo. O Assunto tomou os quatro cantos do Brasil e deu um novo status a carreira da atriz. 
         Camila Rodrigues e Felipe Cunha, a Topíssima Sophia Loren e Antônio, superaram todas as expectativas. A química entre eles foi crucial para a empatia do público pelo casal protagonista e o charme que a trama precisava  como suspiro para os temas densos que iria tratar.
        Topíssima foi muito além do escapismo dos temas bíblicos da emissora. É muito importante falar sobre o passado através de tramas de épocas ou bíblicas, porém  é imprescindível falar da atualidade, se preocupar com o que acontece tempestivamente ao nosso redor mesmo no entretenimento, com a responsabilidade e importância que o folhetim exerce dentro das casas das  famílias brasileiras. Topíssima   foi uma prova disso,  o público se identificou com um ou outro personagem, transformando o conjunto da obra em  sucesso, e olha que a trama  a partir do seu segundo mês de exibição concorria direto com Bom Sucesso, trama da Globo considerada a melhor no ar até então.
        Topíssima terminou  aclamada e com uma  “segunda temporada”, garantida,  o que certamente será muito bem recebida.

       
Malhação – VidasBrasileiras (Globo – 07 de Março de 2018 a 15 de Abril de 2019)

         Malhação Vidas Brasileiras , a temporada da novela teen que teve a grande missão de substituir “Vivaa Diferença” uma das temporadas de maior sucesso dos últimos anos   e que até hoje é muito lembrando pelos telespectadores e imprensa, terminou em abril deste ano e  Coincidentemente na  última semana de Vidas BrasileirasViva a Diferença foi a agraciada com o  Emmy Kids Internacional, apagando  ainda mais os holofotes sobre a temporada.
         Sem  um protagonista absoluto, apenas com a Camila Morgado sendo o pilar das histórias que ocorrem de duas em duas semanas  com um novo aluno em evidência, a temporada escrita por Paula Moretzsonh baseada na série canadense30 Vies, tentou inovar na busca do público órfão de Viva a Diferença, acertando em alguns momentos, porém  bem distante do seu sucesso.
        Não faltaram os temas recorrentes relacionados ao público jovem como drogas, agressão, perda da virgindade, gravidez na adolescência, e até chegou ao topo de todos os comentários das redes sociais ao apresentar o primeiro beijo gay masculino da série exibido pouco antes das seis horas da tarde.
        Foi sem dúvidas um grande passo para a Malhação e uma total ousadia dentro da teledramaturgia global,  que  cada vez se mostra  mas a expressão da verdade e um panorama da atual sociedade.
        A Novela arriscou mudando a temática da narrativa e viu através dos números da audiência que não deu certo, não à toa que voltou  a mesma temática  de Viva a Diferença com a nova temporada,  o encontro  de jovens que  não se conhecem e passam a ter suas vidas entrelaçadas a partir de então.

Veja Também : 
Novelas - Balanço 2018 
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa


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           Não tem com não se emocionar com o tributo ao Lima Duarte , um artista que   tem a trajetória entrelaçada com a história da Tv. “ Tributo ”,   projeto da Globoplay que vai homenagear grandes nomes que ajudaram a consolidar a história da tv, teatro e cinema nacional,       começou a ser apresentado   a   partir desta sexta -feira   (19.04), na Globo   com o documentário em homenagem ao Lima Duarte .   O Documentário apresentou além dos clássicos personagens imortalizados pelo ator – Como Zeca Diabo de O Bem Amado (1972), Senhorzinho Malta de Roque Santeiro (1985), O Sassa Mutema de O Salvador da Pátria   (1989), Murilo Pontes   em Pedra sobre Pedra (1992) entre outros,     cenas e momentos inéditos, nunca ainda apresentados na Tv.   Muito bom ver uma homenagem desse tipo   feita ainda com o   homenageado em   vida, o que é mais importante. Em tempos em que os artistas veteranos estão sendo cada vez mais descartados, o “ Tributo ”   é um registro mais que necessári

Rapidinhas - 13.02.2024

Globo quer  reprises de novelas icônicas em 2025  para  comemorar os 60 anos da emissora         A Globo pretende reprisar novelas icônicas em   2025 para comemorar os   60 anos da emissora.         Títulos como   Avenida Brasil (2012) e Senhora do Destino (2004) deve entrar   no    Vale a Pena Ver de   Novo e , Roque Santeiro ( 1985) e   Alma Gêmea (2005) no horário   especial de reprises   a tarde.   Veja Também: Melhor reprise no ar  Joao Carlos Barroso Marly Bueno  Uma Saudade  Leonardo Villar  Eloisa Mafalda  Fonte: Texto: Evaldiano de Sousa

Rapidinhas – 16.03.2024

Déborah Bloch de Volta em “ No Rancho Fundo ” Murilo Benício e Adriana Esteves de volta em uma novela do João Emanuel Carneiro “Mulheres de Areia” Déborah Bloch de Volta em “ No Rancho Fundo ”         Muito boa a volta repaginada da Deodora, personagem que a DéborahBloch viveu em Mar do Sertão , na próxima novela das seis, No Rancho Fundo , que é uma espécie de continuação da trama. Depois de perder o filho, como vimos no final de Mar do Sertão , Deodora deixa Canta   Pedra   e chega a nova trama como sócia de um bordel na cidade.   Atriz   de   muito recursos,   é sempre muito    bom vê-la em cena, seja no drama ou na   comédia.   Murilo Benício e Adriana Esteves de volta em uma novela do João Emanuel Carneiro         Murilo Benício e Adriana Esteves que imortalizaram Tufão e Carminha em Avenida Brasil (2012), acertaram a participação em Mania de Você , a nova trama das nove que substituirá Renascer , também escrita pelo JoãoEmanuel Carneiro. Murilo viverá o gr

Perdemos Lolita Rodrigues!

Um dos símbolos da televisão no Brasil           A Atriz e 94 anos , nos deixou na madrugada deste domingo. De acordo com o portal de notícias G1 , a morte da artista fora registrada às 4h30. Lolita Rodrigues   residia   desde 2015 em João Pessoa,   com a filha, Sílvia Rodrigues .         Considerada um dos símbolos da televisão   no Brasil Em 1950, LolitaRodrigues substituiu Hebe Camargo , sua amiga de longa data, cantando o hino da televisão no Brasil. Filha de imigrantes espanhóis, Lolita cresceu ouvindo seu familiares cantando músicas espanholas. Em 1939, iniciou sua carreira de cantora, e aos 10 anos participou de programas nas rádios na Record, Cultura e Tupi. No decorrer dos anos ela ganhou dois Troféus Roquette Pinto de melhor cantora internacional. Depois de consagrar-se como cantora, Lolita começou a apresentar programas, e em 1952 quando conheceu aquele que seria seu marido, Airton Rodrigues, ganhou projeção na televisão nacional ao apresentar ao lado dele, os histó

“Renascer” – Remake

        O Remake de Renascer ,   próxima trama das nove da Globo ,   baseada na obra prima original do Benedito Ruy Barbosa , exibida em 1993, já está   a todo vapor com as chamadas pipocando na   tela.         Já é a novela mais aguardada, principalmente por ser    uma espécie de repeteco de Pantanal –   que tal qual a trama é,     escrita por Bruno Luperi em cima de um texto do seu avô.         Pelas primeiras chamadas, parece que o autor e direção vão seguir a mesma   linha de Pantanal ,   apesar das atualizações devidas   nessa diferença de mais de 30 anos, vai seguir com   o mesmo roteiro   da original,   para mexer ainda mais   com   nossa memória afetiva.         Vejam alguns dos   teasers já lançados pela Globo :   Veja Também: Renascer  Fonte: Texto: Evaldiano de Sousa Vídeos: You Tube  

Tributo Laura Cardoso

                  Pioneira da televisão no Brasil, Laura Cardoso foi a estrela do   Documentário Tributo desta   semana, exibido nesta sexta   (26.04), mas uma das grandes homenagens da Globo e Globoplay aqueles que fizeram   a história da nossa tv.         Laura Cardoso    atuou em  teleteatros, séries e novelas  desde a década de 50, lapidando o gênero. É uma das profissionais mais atuantes com  inúmeros prêmios ao longos desses mais de 74  anos de carreira.         O Tributo nos mostrou   uma Laura Cardoso serena e pronta para novos trabalhos, e isso   conforta meu coração. Foi uma homenagem merecida e muito importante   para dar a atriz o status de grande profissional que ela sabe é, mas que muitos precisam   ver assim documentado para não esquecer. Veja Também: Laura Cardoso  Fonte: Texto: Evaldiano de Sousa        

"Alma Gêmea" está de volta a partir desta segunda no VPVN

                          Um dos     maiores sucessos do autor   Walcyr Carrasco   ,   Alma Gêmea   está de volta a partir desta segunda (29.04) , no   Vale a Pena Ver de Nov . A trama protagonizada por   Priscila Fantin ,  Eduardo Moscovis   e   Flávia Alessandra   substituirá     a reprise de   Paraíso Tropical   (2007).          Relembre a trama: Década de 1920. Quando Rafael (Eduardo Moscovis), um botânico que cria rosas, e Luna (Liliana Castro), uma jovem bailarina, se conhecem, é amor à primeira vista. Em poucos dias, eles se casam e logo têm um filho. No meio de tanta felicidade, há um espinho: Cristina(Flávia Alessandra), a governanta da casa, prima de Luna. Invejosa, Cristina sente-se injustiçada, já que Luna é rica, casada com Rafael, a quem ela sempre desejou, e herdou da avó as joias da família, cobiçadas por ela e sua ambiciosa mãe, Débora (Ana Lucia Torre). Rafael presenteia a mulher com uma rosa branca preparada exclusivamente para ela – a rosa Luna – no dia em que ela f

Segunda Temporada de “Encantado´s” chega a tv aberta mantendo o fôlego

          Segunda temporada do seriado Encantado ´s , criação da   Renata Andrade e Thais Pontes  chegou a partir desta     última terça-feira (23.04), à Tv aberta. A temporada já está totalmente completa na Globoplay .         O Texto impecável, a direção dinâmica com cortes no time certo,    o tema de carnaval com pano de fundo, fazem de  Encantado´s   uma série agradável e que instiga o telespectador a esperar o que está por vir na próxima cena.         A   Segunda temporada ganha um reforço – perdemos Tony Ramos ,   porém   ganhamos    Eliane Giardini como Dalva, a nova pedra no sapato do pessoal do Encantado´s.           Luis Miranda e Vilma Melo  continuam   irretocáveis como os    líderes do seriado e juntos dos coadjuvantes fazem um desfile impecável da narrativa, com tiradas sagazes de tipos que cruzamos todos os dias.         A Segunda temporada começa   depois do   desfile triunfante que tocou o público no final da primeira. Os irmãos Eraldo e Olimpia, voltam a ro

Série “A Justiceira”, do Antônio Calmon, com Malu Mader como protagonista, entra nesta segunda-feira na plataforma da Globoplay

                  Seriado A Justiceira , do autor Antônio Calmon , entra nesta segunda-feira (29.04) com seus 12 episódios para plataforma da Globoplay .         Protagonizado por Malu Mader , e nomes como Nívea Maria , Leonardo Brício, Anselmo Vasconcellos, Lui Mendes e Danielle Winits , o seriado marcou o ano de 1997, e só não teve   uma segunda temporada por causa de uma gravidez da Malu.         Relembre a trama: Durante uma ação, a policial Diana Maciel   ( Malu Mader ) mata acidentalmente seu parceiro. Sentindo-se culpada, ela entrega seu distintivo. Cinco anos depois, Diana resolve abandonar o marido por ele ser toxicomaníaco. Em dívida com uma quadrilha de traficantes, seu marido entrega o filho do casal, Pedro, como pagamento. Desesperada, Diana aceita trabalhar com um grupo secreto de combate ao crime, em troca deste localizar seu filho. O grupo é formado por Augusta ( Nívea Maria ), Beto (Leonardo Brício), Paco   (Anselmo Vasconcellos), Diego (Lui Mendes) e Marle

Novelas Inesquecíveis – Órfãos da Terra (2019)

5 Anos   da última trama da dupla Thelma Guedes e Duca Rachid e ganhadora do Emmy Internacional de Melhor Novela         A Estética primorosa foi o grande destaque   de Órfãos da Terra , última novela da dupla Thelma Guedes e Duca Rachid , que mostrou com a maestria a história   d a guerra dos refugiados e seus dramas, com uma   riqueza de detalhes que só deu ainda mais credibilidade à produção.           Impressionante a estética e a qualidade técnica das cenas nas locações na Síria. A estética foi também um diferencial   em  Cordel Encantado   (2011) e  Joia Rara  (2013) , outras    novelas de sucesso da dupla.         Aliás nesse ponto elas foram peritas, sensíveis na abordagem e com um cuidado primoroso com o belo texto. O Engajamento no combate à discriminação foi mantido do começo ao fim, sem comprometer em nenhum momento o roteiro, mostrando que é possível sim apresentar    uma trama com assuntos pertinentes sem jogar o didatismo radical na cara do telespectador.