Só um post com 10 vilãs claro que não
foi o suficiente para homenagear as atrizes que imortalizaram essas
irresistíveis personagens.
Então vamos dar uma conferida na parte 1
do post sobre as Vilãs que Amamos Odiar nestelink , e em seguida partir para a parte
2 , onde vamos reencontrar e relembrar maldades de vilãs como Odete Roitamnn
(Beatriz Segall), Maria de Fátima (Glória Pires), Nazaré Tedesco (Renata Sorrah), Flora (Patrícia Pillar) entre
outras.
Odete Roitmann (Beatriz Segall em Vale Tudo/1988)
Acho que as vilãs podem ser divididas
entre antes e depois de Odete Roitmann. Quem não quis por algum momento de Vale Tudo ser a Leila,
personagem da Cássia Kiss que
matou a vilã cerca de 13 capítulos para o final da trama?
Beatriz Segall
foi alçada ao posto de intérprete oficial de vilã e ficou impossível para atriz
se desvencilhar da personagem, mesmo
depois de anos do término de Vale Tudo. Gilberto Braga deu um presentaço à atriz, mas ela teve que carregar eternamente a
Odete nas costas. Não à toa que ficou anos sem querer dar entrevistas que em
algum momento fosse falar de Odete, mas é impossível imaginar Beatriz Segall e não lembrar automaticamente da preconceituosa e autoritária
Odete Roitmann, uma vilã que não poupou
nem os filhos, como o fato de ter escondido ser dela a culpa da morte de
um neto, passando essa culpa para a filha Alcoólatra Heleninha (Renata Sorrah).
Em
entrevista ao site da Veja, em 2011,
a atriz se queixou de Odete:
"Isso é muito chato, fica repetitivo, chega a
um ponto que você não aguenta mais. Pô, eu sou muito mais que Odete Roitman. Já
fiz tanta coisa, os papéis mais diversos. Eu sou uma atriz de teatro, não sou
uma atriz de um papel só”
Beatriz
Segall já havia feito uma vilã escrita por Gilberto Braga, a não menos perversa e preconceituosa, Lourdes
Mesquita de Água Viva (1980), mas nem de longe chegou
ao magnetismo da Odete Roitmann.
Maria de Fátima (Glória Pires em Vale Tudo/1988)
Vale Tudo foi
premiada com duas grandes vilãs na história da teledramaturgia nacional. Além
de Odete Roitmann, sua discípula Maria de Fátima não fez feio não. Glória
Pires, que vinha de interpretações
de adolescentes complexas como a Marisa de Dancin´Days (1978)
e a Sandra de Água
Viva (1980) ou as mocinhas como a
Zuca de Cabocla (1979) e a
Rosália de Direitode Amar (1987) , foi alçada ao posto
de grande estrela da casa ao se entregar
a vilã jovem da trama. Foi capaz
de entre outras coisas vender a casa da mãe, deixando ela na rua, ter armado
para separá-la do seu grande amor, enfim maldades para todos os gostos. Foi a
partir da Maria de Fátima que Glória
Pires deu um novo status a sua carreira vindo a se tornar uma das nossas
grandes atrizes brasileiras.
Depois de Vale Tudo, a atriz nos presentou com
outras vilãs adoráveis, como a Sarita de
Mico Preto (1990), a Raquel de Mulheres de Areia (1993), A Nice de Anjo Mau (1997)
e a Beatriz de Babilônia (2015). Esta
última, também do Gilberto
Braga, que lhe presenteou a Maria de Fátima de Vale Tudo.
Adma (Cássia Kiss em Porto dos Milagres/2001)
Cássia
Kiss já havia sentido o gostinho de viver uma vilã com a Beatriz Maldonado , na trama de Quem é Você,
da Ivani Ribeiro, em 1996, mas foi a
serial killer Adma de Porto dos Milagres (2001),
atualmente em reprise pelo Canal Viva, que ela apurou sua veia
para o mal. Na trama, Adma em nome do amor pelo poder e pelo marido Félix
Guerreiro (Antônio Fagundes), envenenou com seu indefectível anel, sempre cheio de um “pozinho milagroso” , mais
de 7 personagens da trama.
Com uma entrega total à personagem, característica do trabalho da
atriz, imortalizou a Adma entre as vilãs que amamos odiar da história da Tv.
Depois da Adma, ela viveu outras vilãs que entraram para esse hall, como a
Zilda de EternaMagia (2007) e a Melissa de Amor Eterno Amor (2012), ambas as tramas da autora Elizabeth Jhin.
Nazaré Tedesco (Renata Sorrah em Senhora
do Destino/2004)
Nazaré Tedesco, a vilã imortalizada por Renata Sorrah em Senhora do Destino, do Aguinaldo Silva, foi sem
dúvidas a grande vilã dos anos 2000. Depois da Odete Roitmann, Nazaré Tedesco é
o nome mais citados quando falamos de vilãs da teledramaturgia. Nazaré era
conhecida por roubar filhos, gostava de jogar seus inimigos da escada, e quando cansada sempre tinha uma
tesoura a mão para se divertir. Seus auto-elogios proporcionaram grandes cenas a
teledramaturgia nacional, e muito antes da Carminha (a Adriana Esteves de
Avenida Brasil/2012) , ela criou o estilo vilã-cômica. Ria dos seus erros e
gargalhava das suas próprias trapalhadas.
O Magnetismo da vilã de Senhora do Destino é tão grande
que ela foi usada como uma espécie de propaganda quando se começou produzir a trama de O Sétimo Guardião, último trabalho do
Aguinaldo no horário nobre. A imprensa divulgou que o autor ressuscitaria a
personagem em sua nova novela, e os fãs logo ficaram de olho nos próximos
acontecimentos. Porém a própria Renata recusou-se a reviver a personagem, talvez
pelo fato de tal qual acontecera com Odete Roitmann para Beatriz Segall, a Renata até então, mesmo com vários outros
personagens, não tenha conseguido
“apagar” a Nazaré Tedesco. Terá sido uma
praga da Nazaré o fracasso de O Sétimo Guardião?
Curiosamente, a Nazaré foi a única vilã
vivida pela Renata na Tv. A atriz fez no máximo mulheres interesseiras como a
Carolina de Roda de Fogo (1986), que se casou com o pior inimigo do ex-marido para continuar no poder ou a Gláucia Beatriz,
mãe do Jonas Marra (Murilo Benício) na
trama de GeraçãoBrasil (2014).
Flora (Patrícia Pillar em A Favorita/2008)
Nós passamos mais de 50 capítulos na
dúvida de quem seria a grande vilã de A Favorita – Flora
(Patrícia Pillar) ou Donatella (Claudia Raia)? Até que no capítulo 56, JoãoEmanuel Carneiro revelou que os belos olhos claros da Patrícia Pillar escondiam muita coisa, e a Flora era realmente a
assassina fria da trama. A Vilã armou o
sequestro da própria filha, enganou os pais do pai de sua filha, conseguindo se
infiltrar de volta a casa dos Fontine até
chegar na inesquecível cena em que ela faz Gonçalo Fontine (Mauro Mendonça),
seu sogro, pensar que ela havia assassinado a própria filha e Irene (Glória Menezes), num show de horror com a vilã toda suja de sangue, levando Gonçalo a um infarto fulminante. Na minha escala de vilãs a Flora da Patrícia Pillar de A Favorita está
em quarto lugar, perdendo apenas para Odete Roitmann, Nazaré Tedesco e
Carminha.
Vilma (Lucinha Lins em Chamas da Vida/2008)
A Doce Lucinha Lins debutou como vilã na trama de Chamas da Vida da RecordTv,
e a atriz marcou a teledramaturgia com uma interpretação crível e visceral da
piromaníaca da novela da autora Cristiane Fridmann. Mas a Vilma não era uma
vilã comum – o fato de ser piromaníaca – pessoa que tem o prazer de atear
fogo e ver a pessoa queimando até a morte – a diferenciava das outras. Foi
assim que ela matou a maioria de suas vítimas, sempre deixando uma placa de
chumbo com a imagem de uma fênix nas
cenas dos crimes. Na reta final a autora surpreendeu o público
ao inverter os entrechos fazendo com que
Vilma fosse chantageada por um outro piromaníaco, que passou a cometer os
crimes pondo a culpa na vilã. Claro que a Vilma merecia um final apoteótico,
muito além do que a simples prisão. A
Vilma até foi presa , mas recebeu um urso de pelúcia com uma bomba dentro, que
explodiu logo que ela abriu o pacote pondo um fim na vilã com muito fogo, tal
qual toda sua trajetória na trama.
Regina (Beth Goulart de Vidas em Jogo/2011)
Beth
Goulart na pele da Regina de Vidas em Jogo, foi outra vilã de destaque na
teledramaturgia da RecordTv e também
da autora Cristianne Fridmann. A
Regina é talvez a vilã mais humana desta lista, afinal de contas ela se auto titulava
uma vítima da suas próprias vilanias. Por causa delas teve o desprezo das
filhas, ficou longe do neto, mas nem isso fazia com que repensasse seus atos que muitos vezes, por ela
ser a dona de uma grande construtora, prejudicou muita gente ao seu redor, principalmente os
ganhadores do prêmio da loteria, que Regina
tentou prejudicar para que não cumprissem as provas que os fariam
receber a segunda parte do prêmio.
Dona Sinhá (Laura Cardoso em Sol Nascente/2016)
Vilãs maquiavélicas são a especialidade
do Walther Negrão, como a dona Joana
Flores (Yara Amaral) de Fera Radical (1988) ou a Cândida Novaes (Eva Wilma) de Desejo Proibido(2006), mas a Vovó do Mal vivida
pela Laura Cardoso em Sol Nascente foi um achado daqueles. Dona Sinhá chegava a pequena
cidade da trama como uma inofensiva senhora que só queria curtir sua velhice,
mas entre quatro paredes se transformava
em uma mulher perigosíssima e a mente por trás do grande vilão César, vivido
pelo Rafael Cardoso. Laura teve problemas de saúde durante as
gravações da trama e teve que se afastar, mesmo assim a aura da personagem
continuou lá e o público torceu pela sua volta à trama. Foi a atriz mais velha a interpretar uma vilã
na teledramaturgia. Laura tinha 89 anos durante as gravações de Sol Nascente.
A Laura Cardoso já viveu outras
vilãs na nossa teledramaturgia – Eu gostei muito da Tia Ruth de Salsa e Merengue (1996) e a
Beata do Mal Dorotéia do remake de Gabriela (2012).
Mag, a Magnólia (Vera Holtz em A Lei do Amor/2016)
Magnólia, a Mag de A Lei do Amor, carregou nas costas a trama da autora Maria Adelaide Amaral, em
parceria com Vicent Villari, literalmente. Se uma boa vilã é 50% de sucesso garantido de uma trama, a Magnólia
foi 100% dentro da novela que não chegou agradar ao público. Mesmo público que aclamou Vera Holtz na pele da vilã sensual, que
seduziu os personagens do José Mayer
e do Thiago Lacerda na trama, e foi
capaz das maiores atrocidades dentro da novela - de assassinatos a maus tratos com os próprios
filhos e netos. Uma vilã com “V” maiúsculo sem sombra de dúvidas. Vera Holtz viveu outras vilãs tão cruéis quando a Mag.
Quem não lembra da Fanny, lá da era medieval de Que Rei Sou Eu ou a contemporânea Violeta Áquila de Três Irmãs (2008)?
Sophia (Marieta Severo em O Outro Lado do Paraíso (2017)
Marieta
Severo voltou com tudo as novelas depois de anos vivendo a bondosa Dona
Nenê de A Grande
Família. A Atriz pegou de
volta o posto de vilã da teledramaturgia
com a Fanny de Verdades Secretas em 2015, revivendo um perfil
no qual estávamos acostumados a vê-la
como a Catarina de Vereda Tropical (1984), a Elvira de Deus nos Acuda (1992) ou a Loreta de Pátria Minha
(1994). Mas foi com a serial-killer Sophia de O Outro Lado do Paraíso, do Walcyr Carrasco, que Marieta pode
destilar todo seu preconceito, maldades e vilanias. Matou, humilhou, roubou . .
. enfim, fez tudo que tinha e não tinha
direito e terminou a trama tão louca
quanto queria o que todos pensassem que
a Clara (Bianca Bin) estava, seu
principal alvo na trama.
Curiosamente
a primeira personagem da Marieta na tv foi a primeira serial killer da história
da teledramaturgia nacional – a Éden de
Bassora da novela O Sheik de Agadir,
da Glória Magadan, de 1968. Na
trama um assassino intitulado de “O Rato”
matou misteriosamente boa parte
do elenco da novela. Apenas um par de luvas negras apareciam em cena,
geralmente estrangulando a vítima. A Globo
na época promoveu até um concurso para o público tentar descobrir a identidade
do criminoso. Ninguém conseguiu responder a pergunta. Ao final da novela, a
surpreendente revelação: O Rato era, na verdade, uma mulher, a princesa vivida
por Marieta Severo. Reza a lenda de que ao final Glória Magadan ficou encurralada em sua
própria história sendo que o serial killer já havia aparecido para todos os personagens
femininos ou masculinos da trama. Só lhe restou a franzina princesa, que com uma
Marieta Severo magrinha, ficou
impossível acreditar que ela tivesse força para matar inclusive vítimas do sexo
masculino apenas com um estrangulamento.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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